quarta-feira, 21 de março de 2012

Você compete com quem? E quer ganhar o quê?

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Eu estava na fila do estacionamento do aeroporto, já achando que talvez perdesse o voo. De repente um carro se alinha ao meu, passando à frente de uma fila de uns 15 carros da qual eu seria o segundo.  Olhei, esperando uma explicação e a mulher ao volante não achou que devia dar.  Podia ser uma funcionária querendo entrar no estacionamento ao lado e, por isso, cortando a fila por fora. 

Não era. Era uma se fingindo de sonsa para pular na frente de todo mundo. Fiz sinal e ela fez que não viu. Desci do carro, bati no vidro e falei que não a deixaria furar a fila.  Ela se fez de desentendida, disse que estava em outra fila, fez charminho, e ouviu de mim: Não vai passar!

A mulher no assento de passageiro do carro de trás aplaudiu. Sem graça, a furona ficou ali mais um pouco de depois tratou de ir procurar o seu lugar. Lá atrás.

Vocês têm consciência do risco que é provocar a ira alheia?


Homens também fazem isto? Fazem! Só que de uma forma mais arrogante, violenta e perigosa. As coisas entre homens não são assim como com as mulheres. Não partem para cima de um “folgado” para lhe puxar o cabelo ou lhe unhar a face e, quiçá, borrar sua maquiagem. É diferente. Pode ser muito pior, mas é diferente. Homens costumam ter a consciência do risco que é provocar a ira alheia.

São competitivos mas isto, em um homem, é uma qualidade dita necessária. O homem tem a opção de ser de algum modo vitorioso ou ser taxado de perdedor, fraco, sem graça, e por aí vai. É importante saber o seu lugar, sua posição na escala social. Com quem você pode, deve ou não competir.

“As mulheres são competitivas”. A gente ouve isso, incansavelmente. Sim, que eu saiba desde que um espermatozoide, de menino ou menina, é lançado em direção ao útero, há competição. Todos competimos, de alguma forma, em geral, com nós mesmos. Temos que nos superar, fazer alguma coisa melhor do que fazíamos antes, aprender algo novo, lidar melhor com uma situação etc. Parece que não é exatamente sobre isso que as mulheres falam quando dizem que são muito competitivas. Acho que elas querem dizer é que entre mulheres há muita rivalidade. E isto é bem diferente de competição.

A competição estabelece transitoriamente quem está melhor, quem se dedicou mais, quem se preparou com mais afinco, quem merece e,  por que não dizer, quem está mais elegante em um evento. É motivação não querer ter a pior nota da sala, a pior roupa da festa, a pior reputação sobre pontualidade na empresa. Jogo limpo, cada um fazendo o seu. A rivalidade vai para outro lado: desdenhar do outro, da sua forma de vestir, prestar atenção em suas imperfeições e agir dissimuladamente, jogar o anti-jogo, por assim dizer. O competidor te mantém afiado, ainda que seja cansativo. O rival quer se sobressair não por méritos próprios mas por divulgar as imperfeições alheias.


Você já fez charme para o namorado de sua prima justo no dia em que ela estava mais linda? Já reparou como o decote de uma colega no trabalho pode permitir que ela seja menos preparada em uma reunião?  Se o chefe for homem, claro! Já usou daquele artifício de fazer carinha de bebê ao pedir alguma coisa que sabia não ter o direito de pedir? É neste tipo de palhaçada que homens caem e que as outras mulheres acham insuportável.

Isto me leva a uma reflexão: por que mulheres se importam menos com o que as outras vão pensar acerca de duas qualidades de caráter quando se vestem, e se cuidam, para impressionar as outras? Outra coisa: por que mulheres se focam tanto no aspecto beleza para avaliar a nova do seu “ex,” ou quem será promovida no trabalho?  O brilhantismo do colega pode ser intimidador para um homem, mas a beleza estonteante da rival pode ser destruidor para algumas mulheres. Não seria melhor não ser rival dela?


Resta saber: estão as mulheres entendendo o quanto a amizade verdadeira é fundamental para o sucesso seja em que âmbito for? Estão dispostas a se cobrarem menos e passarem menos tempo na frente do espelho, ameaçadas por “fantasmas” que, ao final, não estou querendo lhe roubar o emprego ou o marido?

Quando alguém faz o que estou fazendo agora, apontar o dedo para uma coisa que incomoda a todas, não é hora de fazer corporativismo e dizer que não é nada disso. É hora de perceber que colaboração pode ser isto: dizer o que é preciso. E dizer o que é preciso, às vezes, pode ser lembrar à própria mulher que você a escolheu não por ela ser a única que presta ou a mais bonita de todas. Mas por amá-la.  E amor não é um prêmio para quem venceu  competições ou arrasou rivais. É outro papo. 

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