terça-feira, 17 de abril de 2012

Eu desejo que você se frustre!

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Certamente, o título deste artigo é um tanto agressivo. Eu sei! Acontece que queria mesmo chamar a atenção para o quanto estamos precisando aprender a lidar com as frustrações. Temos vivido um momento muito delicado no que se refere a encarar os não que a vida nos impõe.

Cada dia uma notícia mais terrível que a outra e sempre tendo como mote principal a incapacidade de aceitar uma negação, seja de quem for. Filha mata os pais porque eles não aprovam seu namoro. Namorado mata namorada porque ela não quer mais continuar a relação. Namorada mata namorado porque descobre uma traição. Mãe mata filhos porque o marido a abandonou. Neto mata avó porque ela não queria que ele fizesse barulho.

Um número assustador de pessoas que simplesmente decidem acabar com a vida do outro e, tantas vezes, com a própria vida porque as coisas não aconteceram exatamente como elas previam ou gostariam.

O que é isso?!? Onde é que vamos parar? Será mesmo que não existe outra maneira de lidar com tudo isso? Eu sei que o mundo exige cada vez mais de nós, que o fracasso faz com que nos sintamos fora de uma competição acirrada e de um objetivo insano de ser feliz e ter sucesso a qualquer preço, mas ‘peraí’... está na hora de avaliarmos outras possibilidades mais criativas para o que é inevitável: a frustração!

Todos nós, indiscutivelmente, independente de classe social, situação financeira, origem, cultura ou raça, temos de lidar com os fracassos, as perdas e as dores decorrentes do exercício de viver. Portanto, há de haver uma conseqüência nobre de tudo isso: aprendizado, amadurecimento, crescimento interior, enfim, auto-superação!

Antigamente, perdia-se um amor e isso se tornava inspiração para lindos poemas, músicas inesquecíveis ou atos belíssimos na tentativa de reconquistar a pessoa amada, tais como uma serenata ao pé da janela, uma declaração de amor em público ou o envio de dúzias e dúzias de rosas. Hoje, perde-se um amor e tudo vira uma tragédia insana e sem sentido.

Antigamente, recebiam-se proibições dos pais e isso se tornava uma fuga de casa por uma noite, uma carta malcriada ou até um motivo para lutar por causas maiores. Hoje, recebem-se ordens dos pais e isso se torna razão para destruí-los, massacrá-los ou feri-los.

Onde está nossa sensibilidade? Onde está nossa motivação para transformar limites em novos horizontes? Onde está a noção do que seja compreensão, aceitação e fé?

Eu desejo, sim, que você e eu continuemos nos frustrando, até porque não há outro modo de evoluir; mas desejo, sobretudo, de todo meu coração, que consigamos lidar com nossas dificuldades de um modo mais humano e criativo. 

Esmurremos o travesseiro, fechemos a porta do quarto e choremos a noite inteira, martelemos 118 pregos num pedaço de madeira, sem parar, até esgotarmos toda nossa energia raivosa, mas pelo amor de Deus, não destruamos uma vida, não acabemos com o que é sagrado, não desperdicemos a oportunidade de ser gente e agirmos como tal.

E assim, de frustração em frustração, quem sabe possamos perceber que não há nada mais fantástico e sublime do que a arte de aprender a transformar um não em mais uma chance de vencer e ser feliz... 

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