quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O tamanho importa pra você?

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Esta pergunta é tão surrada que todo mundo já sabe do que se trata. Curioso que o tamanho de uma só coisa pareça tão importante a ponto de esta pergunta ser tão comum. Tanto quanto a sua resposta chavão: “Não importa o tamanho da varinha, mas sim o feitiço que ela faz”. 
 
Tamanhos, centímetros, quantidade, minutos. As tentativas de mensurar afeto e desejo são comuns e, invariavelmente, ineficazes. Mas ninguém desiste! Sim, vamos, portanto, falar de tamanhos. Na intimidade.
 
Mulheres atuais clamam por paridade salarial, por direitos iguais, e eu acho justíssimo. No entanto, fazem questão de ser menores. E de usar salto para não parecerem tão menores. Faz sentido? Não? Explico: mulheres querem, na maioria dos casos, homens maiores do que elas. Tanto quanto querem usar salto alto. É um paradoxo, mas é real. É comum também que elas classifiquem a admiração pelo homem como fator importantíssimo em seus critérios de escolha. Isto significa que o cara tenha que, na maioria das vezes, ser mais rico, inteligente, experiente, bonito e culto, entre tantos fatores, do que elas. E, diante deste homem admirável, elas gostariam muito, e vão se esforçar horrores, para ter o controle da relação. Como diz o ditado popular: “Casamento é uma união entre duas pessoas, uma que está sempre certa e um  marido”. Subjugar não é, em última análise, um caminho para diminuir a admiração e o encanto? E aí?
 
Homens são muito preocupados com tamanho. Bunda, peitos, cabelos, os tamanhos delas importam sim. Falam muito disso, como se a proporção entre quadril, cintura e busto fosse uma garantia de escolha bem feita. Escolhem mulheres como quem avalia a compra de um carro e esses atributos revelassem sua potência e valor de mercado. Homens são, também,  muito preocupados com seu próprio tamanho, claro. Ser pequeno é um problema sério e definitivo para a vida amorosa, costumam acreditar. Ter um pequeno é também motivo de preocupação. Claro que se o cara é rico, muito rico, a sua dificuldade para colecionar troféus de medidas perfeitas é nenhuma, não importando os seus tamanhos, predicados ou caráter ou, até mesmo, a falta destes. O mundo está aí para provar o que eu digo. E isso magoa profundamente aos outros. Os homens que sabem-se preteridos a qualquer momento por um concorrente que  faça a corte com objetos caros e o aceno de uma solução definitiva para as questões financeiras. Príncipes nunca são pobres. Quantidade, preço, números.
 
Mães, geralmente,  não querem que seus filhos se casem com mulheres mais ricas. Mas vão enxergar milhões de defeitos em um homem que tenha menos status (ainda que sejam da mesma faixa econômica) que a própria filha. Esta é outra coisa que acho desagradável de dizer, mas não posso afirmar o contrário sem me sentir estúpido ou ingênuo. 
 
Quantas trepadas em uma noite? Quantos orgasmos? Qual a altura ideal? Qual o tamanho ideal do pênis? Qual o tamanho ideal das ambições? E da conta bancária? As mulheres, tidas pelo senso comum como mais românticas, acabam sendo muito pragmáticas quanto estabelecem esses padrões. E homens, por sua vez, acabam por entender que os problemas são os seus próprios números e tamanhos. Assim como as mulheres se preocupam muito com suas próprias medidas. Ouvi uma dizer, um dia desses: “O ideal da mulher não é encontrar o Príncipe Encantado. É comer e não engordar”.
 
E o tamanho do órgão sexual da mulher? Não importa? Nunca ouço esta pergunta, sobre o tamanho, sendo feita para homens. Mas como é? Fala-se do tamanho do pé e nunca do sapato? Como se uma coisa não precisasse se encaixar na outra. Como se não houvesse uma pessoa em volta da “coisa”. Ou como se essa pessoa importasse menos e sua forma de agir ou caráter não tivesse nenhuma relação com o desejo. Desejo é narrativa e não objeto. Desejo é português, é língua, e não matemática. Mas esta é só a minha opinião, claro. 
 
O fato é que é opressor exigir de mulheres bundas grandes e cinturas finas, assim como é exigir que homens sejam fortes, ricos e bem-dotados. É cruel estabelecer um padrão de beleza que qualifica muito pouca gente para a posição segura de se sentir desejável e, dentro de uma lógica natural, merecedora de amor. Não somos números, somos gente. E não precisamos, em tese, agradar em cheio a mais de uma pessoa. E que seja a pessoa certa. Tá bom, eu sei que quanto mais popular e desejado maior as opções de escolha. Porém, não é assim tão simples: beldades não são obrigatoriamente felizes em suas vidas amorosas. Nem sempre.
 
E aqui vai, para encerrar, minha modesta opinião: tamanho importa. Porque tudo importa. Principalmente o tamanho do interesse, da vontade de desvendar as singularidades que vão fazer alguém, ao longo do percurso, se tornar muito especial. E se você acha que isto tudo pode ser traduzido em números, estatísticas, simetria, formas e medidas, talvez você mais é fazendo um número do que sendo uma pessoa. Pessoas são imprecisas. Certamente não será, também, especial. Não para mim. Mas tem muita gente por aí procurando por dígitos e com pavor de viver uma vida amorosa analógica. Expectativas GG e uma vida PP. Faça a conta.



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