quarta-feira, 2 de maio de 2012

Traição: interpretações e cálculos

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Traição definitivamente não é um comportamento exclusivo dos homens. É cada vez mais comum encontrar mulheres que habitualmente botam um chapéu de boi nos seus respectivos companheiros. Já conheci várias e, inclusive, tive minha parcela de responsabilidade na cornificação de alguns.
Não estou aqui para dizer que trair é certo ou errado. Não escrevo aqui para dar lição de moral em ninguém e, nesse post, não será diferente.
No Manual, compartilho fatos, experiências próprias ou alheias. A interpretação e aplicabilidade do que aqui for tratado cabe a quem lê.
Pelo que noto, no caso das mulheres, os motivos que mais as levam a trair são, em ordem de frequência:  carência de romance, atenção e novidades; perda de admiração ou sentimento pelo parceiro; vingança; vadiagem pura.
Já os homens, quando traem, geralmente agem por vadiagem pura; vadiagem pura e pura vadiagem, salvo exceções. Assim, a maioria dos homens considera a traição um reflexo da promiscuidade…ainda mais se praticada por mulher – entra aqui o elemento “machismo”.
Portanto, essa diferenciação de motivos que eu fiz nem todos fazem.
Independentemente da hipótese, trair não é necessário, é uma escolha, e quem a faz deve estar ciente de suas consequências, já que, não obstante ser cada vez mais comum, homens e mulheres ainda reagem à ela de formas bem diferentes.
Resumirei uma história que exemplifica bem um erro de cálculo entre interpretações de homem e mulher sobre traição. É um rolo bem confuso e o tema é um tanto cinzento, que fique claro.
Algum tempo atrás, um amigo meu, de nome Tiago, havia sido contratado por uma empresa. Lá, conheceu Mariana.
A moça era muito bonita, inteligente… era gostosa pra caralho. Logo ficaram amigos e, de cara, Tiago gostou dela, mas havia um problema: ela namorava há cinco anos.
O tempo foi passando e os dois acabaram se aproximando bastante. A circunstância complicada nitidamente aumentava, ainda mais, o tesão dos dois, mas eles realmente estavam se gostando, ou seja, não era só carnal.
Como se esperava, em uma confraternização de final de ano, os dois, no fim da festa, resolvem liquidar a pendência e partem juntos para um motel.
Depois dessa, os amantes ainda se encontraram algumas outras vezes, mas resolveram parar temendo bala e amputações de membros.
Sete meses após o aparente desfecho, Mariana ficou solteira. Pelo que soube, o fim havia sido de comum acordo entre os dois.
Mais alguns meses se passaram e Tiago resolveu ir atrás de Mariana.  Os dois, então, voltaram a ficar e, aparentemente, o romance estava prestes a virar namoro.
Apesar do visível carinho de um pelo outro, eis que surge a hipocrisia e o machismo.
De repente, Tiago começou a ficar inseguro quanto à fidelidade de sua pretendente. Ele realmente gostava dela, mas questionava-se como poderia confiar em uma garota que havia mantido um amante durante um namoro de longa data.
Bastava que algum homem a cumprimentasse ou que houvesse ligações e mensagens fora do horário convencional que uma discussão estourava. Meu amigo havia se tornado um verdadeiro corno farejador.
Não adiantou Mariana jurar de pés juntos que nunca havia traído nenhum outro namorado na vida e que ela só havia feito aquilo porque gostava dele, por uma “boa razão” e não por putice. Não compensou ser bonita, inteligente e infinitamente gostosa. Tiago pulou fora.
Essa história pode parecer com a maioria das outras que aparecem aqui no Manual, mas, diferentemente, aqui, o homem também estava interessado, tanto que foi atrás dela. O problema é que o medo de um homem em levar chifre só perde para o medo de levar uma bicuda no saco… e olhe lá!
Na batalha entre emoção e razão, deu razão.
Aliás, se bem conheço meu amigo, caso ele tivesse prosseguido, tenho certeza que acabaria se tornando um namorado neurótico e desconfiado.
Não sejam tão românticas a ponto de acharem que qualquer outro homem colocaria o amor acima de tudo. O passado não é facilmente superado por nós.
Que fique claro que Tiago não é mais machista, hipócrita ou medroso que outros homens. Ele é exatamente igual à grande maioria. Inclusive, vários amigos nossos concordaram e até encorajaram a atitude dele.
O que Mariana considerava o ápice de um sentimento que não suportou ser contido, Tiago enxergou como um mau indício, uma mancha em um histórico, incompatível com sua visão de mulher ideal. Cálculos opostos.
Imagino que se Mariana não tivesse traído o namorado e, somente após o fim do namoro, se envolvesse com Tiago, a história teria um fim diferente.
Que fique claro que a traição já ocorria antes mesmo deles terem ficado, já qu ela dava corda e mais corda para as óbvias intenções dele.
Na verdade, se tivesse sido fiel ao seu namorado da época, mesmo gostando do Tiago e fazendo o “sacrifício” de se segurar, ele jamais duvidaria de seu caráter.
Não quero encorajar a traição, mas, se algum dia você, leitora, resolver arrumar um “outro”, que seja consciente de que ele provavelmente não será nada mais que isso. Nem que seja no futuro. Saiba a sua medida.
Se você visualiza um futuro namoro com alguém, não o deixe saber que você já traiu seu(s) ex(s). Lembre-se que, para a maioria homens, traição é sinônimo de vadiagem, mesmo que eles tenham sido o “outro”.
Essa crença em um romance posterior deve ser um motivo a mais para você se preocupar em segurar a piriquita compromissada. Encare isso como um investimento.
Por mais que uma mulher diga e ache que traiu por uma “boa razão”, como disse Mariana, o fato é: ela o fez porque podia e queria. Possibilidade essa que nunca deixará de existir. Daí nasce o medo de homens como Tiago.
Realmente acredito que uma mulher comprometida, de boa índole e até contra a traição, mas que esteja infeliz e vivendo um final de relacionamento, possa vir a ficar com outro, com quem esteja apaixonada, sem necessariamente ser uma puta. Mas esse comportamento pode pesar mais adiante na cabeça de seu pretendido, por mais que ele quisesse e fosse atrás de você na época, tal como ocorreu na história.
A melhor opção, portanto, é definir seu estado civil primeiro.
É ridículo? É. É hipócrita? É. Mas é a vida.
Praieiro

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