domingo, 1 de julho de 2012

Você conhece algum "Cadinho" na vida real?

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O Famoso Cadinho da novela da Rede Globo é rico, bem-sucedido, bem-vestido, carismático e com um ar que conquista qualquer pessoa. Com sua lábia — e, por que não, fôlego —, consegue manter três relacionamentos ao mesmo tempo, sendo um bom marido para as suas três mulheres. O personagem, interpretado pelo ator Alexandre Borges na novela das 21h, Avenida Brasil, ressuscitou um modelo de cafajeste bem comum na vida real: aquele que ama as suas mulheres sem fazer mal a elas e, mais que isso, com o desejo de ficar com todas. Com um  típico de Don Juan, Cadinho vem provando o que muitas mulheres sabem: é quase impossível resistir ao charme desses homens. O cafajeste não é apenas bem explorado pela dramaturgia. Ele existe e parece manter seu reinado, não importa o quanto a evolução dos relacionamentos coloque os sexos, cada vez mais, em pé de igualdade. 
Só que, diferentemente do que acontecia antes, muitas delas sabem com que tipo de homem estão se envolvendo. Donas do próprio corpo, elas se deixam levar pelo poder conquistador desses Romeus self-service, mesmo não podendo ter a certeza de que sairão ilesas.O desprendimento do homem taxado como cafajeste com um relacionamento sério o faz focar mais em seu prazer. Essa ousadia,  é capaz de conquistar a mulher, muito mais do que seu desempenho sexual.
Muitos deles chegam a treinar a arte de transar casualmente e, dessa forma, rompem facilmente o constrangimento da primeira relação sexual, deixando mais à vontade aquela mulher, encantada pela conquista do homem desejado. “Ou seja, é um misto de fantasia com desempenho mediano, que cria a ideia de alta performance. Na cabeça delas, é inegável que ele é fantástico, mas muitos cafajestes convictos já me confessaram que se assustaram com a mulherada achando que a transa foi fenomenal, mesmo ele tendo feito só a parte dele e dormido.” 
Há, claro, diferenças entre o cafajeste e o mau-caráter. A distinção, porém, pode ser singela no início desses arremedos de relacionamento.  “Um mau-caráter é todo desajeitado para elogiar uma mulher. Já o cafajeste sempre faz isso com naturalidade.”

“O cafajeste sabe do que a mulher precisa. Toda mulher necessita ser bem tratada, receber elogios, ligações inesperadas e de alguém que se preocupe com as coisas simples de sua vida que ninguém mais dá atenção”. Os alertas das amigas,  sempre envolvem um “Ah, ele é maravilhoso, mas não vale nada”, algo que causa até mais curiosidade na mulher em saber se o cara é, de fato, tudo isso mesmo. 
Muitas mulheres cobiçam aquele tipo de homem intocável e visto como “galinha” e querem dobrá-lo para provar para si mesmas que são boas na cama ou que têm personalidade forte. “Só alguém que sonha além do normal pode se deixar influenciar pela ideia de que vai sugestionar um homem volúvel a se manter firme numa relação duradoura”.
As mais vulneráveis à lábia cafajeste são as mulheres competitivas e cheias de si, pois tendem a encará-los como um desafio. “O talento deles não afeta todas”. As competitivas tendem a ser mais carentes, o que as torna um prato fácil para essa estirpe masculina. “As mulheres que admitem suas fraquezas e, principalmente, as diferenças entre os homens e as mulheres em relação ao sexo e ao envolvimento não caem tão facilmente”.Mesmo assim, muitas creem que eles são uma experiência necessária. 



Os homens das nossas amigas
Jornalista e escritor, Joaquim Ferreira dos Santos tem muitas amigas. E, delas, ouve histórias constantemente. Resolveu transformá-las em um livro — Minhas Amigas, da Editora Objetiva — com pequenos contos cotidianos que podem ser de qualquer mulher. E, claro, vários deles começam por causa de homens. À Revista, ele respondeu três perguntas sobre os cafajestes que habitam os “causos” das suas amigas e liberou um dos contos para os leitores.

1. O quanto os homens, direta ou indiretamente, foram o tema que iniciou as histórias que originaram as crônicas inspiradas nas suas amigas?
Minhas amigas é um livro totalmente macho, sem se vangloriar de tal. É um olhar masculino, sem cafajestice, suponho, sobre as mulheres que passaram por minha vida. Não tenho feito outra coisa, além de fechar milhares de colunas, além de observá-las, caminhando, conversando, fazendo todos os encantos que são comum à espécie. É o livro de um admirador, que admira a maneira que elas têm de se expor. Homens só contam lorotas, todos príncipes, nunca levaram porradas. Elas confessam fracassos, ridículos e sonhos impossíveis. O livro parte disso, o olhar embevecido de um homem pela graça, quase loucura, com que elas se movem.

2. Num dos contos, você conta a história de uma amiga que só se envolve com “os mais lamentáveis malandros”. Para você, o que define, então, um cafajeste atualmente?
Nada contra os cafajestes. Alguns são divertidos e, em alguns momentos da vida, uma mulher não quer nada além disso, uma boa cafajestagem. Cafajeste é o que mente, trai. As “minhas amigas" sabem identificar um cafajeste, caem na tentação de experimentar essa caricatura do macho, e algumas se divertem com suas estripolias. O problema é o canalha. O canalha a humilha, é perverso, pois chegou sem se apresentar. O cafajeste tá na cara, vai quem quer.

3. O cafajeste também pode ser considerado um conhecedor da alma feminina? Por quê?
O cafajeste clássico, tipo Baby Pignatari, Ronaldo Bôscoli, é um craque na apreensão da mulher e seus desejos. É aí que ele se dá bem. Não oferece platitudes, não cita Drummond nem Bandeira. Ele brinca com os esterótipos do jogo homem-mulher, encena o jogo da sedução, coloca as armadilhas mais óbvias e coloca a mulher como a deusa maior da civilização. É uma programação para maiores de 30 anos. Há ingredientes de sexo, dominação e muito humor. Hoje, há a versão feminina também, da mulher que seduz pelo jogo, que brinca com os estereótipos e, depois de saciada com a conquista, parte para outra. Eu tenho uma amiga que é assim. Irresistível.


Um dos contos do livro Minhas amigas
Eu tenho uma amiga de olhos escuros e pele suave, talvez a mais bonita de todas, que põe a vida amorosa na contramão da sua elegância intrínseca. Só namora os mais lamentáveis malandros. Sofre. A cada fim de caso diz que entendeu por onde falha o seu GPS sentimental e jura não pegar mais os atalhos machos que ele oferece — até que na semana seguinte, no próximo bar de sexta à noite, lá está ela sendo puxada pelos cabelos. Ri sem jeito, canta junto o samba que estiver tocando e beija a boca do cafa. Ninguém tem nada com isso. No último aniversário, eu fiz o fino. Dei de presente A educação sentimental, de Flaubert, e deixei que a literatura fizesse efeito. Até agora, nada. Acho que ainda não leu.

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A qualquer sinal de paixão por um cafajeste, fuja!



Tipos de cafajestes

O cafa leve — Ele se acostumou a trair da mesma forma como os outros de diferentes graus. Esse traidor não chega a ser um homem sem caráter e nem mesmo um psicopata, o fato é que ele é um cara fraco. E, apesar de ser infiel à companheira, é leal a ela. Ele não quer o mau de sua mulher ou namorada, apenas está querendo se dar bem. Na maioria das vezes, esse tipo de traidor vai na onda dos amigos e, quando trai, preocupa-se em ser discreto. Ele, por exemplo, vai até uma outra cidade, onde ninguém vai nem sonhar que ele irá sair com alguém, e contrata uma garota de programa. Ele não trai de forma compulsiva nem é um caçador diário de mulheres. Faz isso de vez em quando para se sentir “vivo” e “mais homem”. Preserva a família e não quer, sob hipótese alguma, que alguém saiba porque, no fundo, não quer ferir ninguém nem tampouco decepcionar as pessoas à sua volta.

O cafa compulsivo — Esse traidor é, sim, um sujeito mau-caráter. Além de infiel, ele é desleal a quem está com ele. Não se preocupa em preservar a pessoa com quem tem um relacionamento e muitas das traições são, inclusive, com pessoas que estão perto dele e de sua família. O traidor de grau 2 está quase sempre paquerando ou flertando, e as pessoas com quem ele sai pertencem ao seu circulo do dia a dia. Ele fica com a amiga da mulher, com a funcionária da loja, com a secretária, com a vizinha, com aquela prima de segundo grau e fica também com outras pessoas de lugares longínquos. Ele não se importa em fazer isso bem debaixo do nariz da companheira e de outras pessoas. É tão acostumado a trair que nem fica nervoso quando o faz. Além do mais, acha interessante o fato de estar traindo com pessoas que se conhecem sem que elas saibam — ou que pelo menos uma delas não saiba. Esse homem é cheio de artimanhas e, geralmente, um cara descolado. Gosta de parecer esperto aos outros que estão à sua volta, por isso não se preocupa tanto assim em ser extremamente discreto. É como se quisesse ter a fama de “pegador”. Ele não deixa a verdade toda à mostra, mas também não chega a escondê-la, porém, faz de uma forma que nada se prova — apenas as suspeitas vigoram. Não é considerado psicopata do coração porque não tem por objetivo o sofrimento alheio, apenas o seu engrandecimento pessoal.

O psicopata do coração — É mau-caráter, infiel, desleal, maldoso e extremamente cínico. Esse homem não foi acostumado a ser assim. Nasceu assim. Faz parte da natureza dele trair, enganar, iludir, mentir, usurpar, pisar, magoar e humilhar. Ele se diverte com isso e se sente mais inteligente do que outras pessoas quando consegue enganar todos a sua volta. Alimenta-se da luz de suas vítimas. Digo vítimas porque um psicopata do coração nunca tem uma mulher, uma namorada ou uma companheira, todas elas na verdade não passam de suas vítimas. Não faz nenhum tipo de seleção e, no fundo, toda mulher para ele é igual. Está sempre procurando por uma nova caça e basta desejar um determinado alvo que vai em busca dele. Para esse tipo de traidor, o fim justifica os meios pelos quais ele agirá. Não lhe interessa se vai iludir para depois se desfazer da pessoa quando outra caça surgir à sua frente. Não se importa em machucar pessoas, ele apenas quer que seu desejo seja realizado imediatamente. Sente-se bem quando percebe que alguém está sofrendo por ele.

Na ficção
Eles são irresistíveis. E quando partem para as telas, conseguem criar ainda mais ilusões nas mulheres. Relembre alguns dos cafajestes mais famosos da televisão. 

Jorge Tadeu
Na novela Pedra sobre pedra (1992), o fotógrafo interpretado pelo cantor Fábio Jr. chega à cidade de Resplendor e causa um alvoroço entre as mulheres casadas, mesmo após a sua morte.

Alfie
No filme Alfie — O sedutor (2004), o ator Jude Law é um britânico que esbanja charme e vai a Nova York disposto a colecionar o maior número de americanas possível para sua lista de conquistas. 

Mr. Big
Entre 1998 e 2004, os fãs do seriado Sex and the city sempre quiseram saber quem era o famoso Mr. Big (Chris Noth), o amor eterno da protagonista Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker). Entre as idas e vindas do relacionamento, só no último episódio é que o nome dele era visto no celular dela. 

Barney
Há poucos personagens que têm mais orgulho da sua condição cafajeste do que Barnet Stinson (Neil Patrick Harris). No seriado How I met your mother, ele está sempre à caça e não tem pudor algum de dar em cima de todas as mulheres ao seu redor.


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