quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A primeira vez é um assunto muito complexo e rodeado de mistério.

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A primeira vez é um assunto muito complexo e rodeado de mistério. Mas a primeira vez do quê? Muitas 'primeira vez' existem dentro de uma relação amorosa. O primeiro beijo, o primeiro carinho, a primeira vez que se está nu frente a alguém, a primeira relação sexual.

Ser virgem para uns será nunca ter tido relações sexuais, enquanto para outros é o rompimento do hímen (pele fina existente na entrada da vagina que difere de mulher para mulher). Perigoso considerar a virgindade como a existência do hímen, pois como seria com as meninas que não o têm, ou com aquelas que o perderam por outro motivo? Vale lembrar que os rapazes também podem ser virgens e não têm hímen.

Mesmo assim, a virgindade é até hoje uma questão muito polêmica: por razões religiosas, culturais, pessoais, etc.

Acontece que desde a infância, a mulher foi levada a acreditar no príncipe encantado. E nunca foi orientada - a sociedade jamais permitiria - sobre a utilização de sua sexualidade de uma forma mais flexível.

Com os meninos a trajetória é um pouco diferente. Homem que é homem não chora. Sempre foi orientado - e dessa vez com o aval da sociedade - sobre sua masculinidade. Homem que é homem não diz não a uma investida feminina, está sempre disposto, a fim e, o que é mais importante, pensando sobre sexo.

Tanto que é mais comum encontrar homens que se masturbam do que mulheres. Estatisticamente, dados do relatório Kinsey (1948, mas ainda considerado uma referência segura) são 93% dos homens contra 62% das mulheres.

Digamos que a fisiologia ajuda nesse aspecto. Os homens estão quilômetros de distância à frente das mulheres. Eles se tocam muito mais e precisam fazer isso até mesmo quando vão ao banheiro. Diferentemente ocorre com as mulheres. Seu órgão interno prejudica o seu conhecimento e perpetua mitos infundados até hoje.

Os adolescentes escutam muito (principalmente as meninas) que o momento certo é aquele que estiver sendo dividido com a pessoa ideal. Mas a grande questão nesse ponto é: como é o homem ideal? É aquele que você ama e que te ame? É aquele que te respeita? É aquele que você admira?

A primeira vez acaba sendo um momento cercado por preocupações, ansiedade e inquietações. Será que vai ser legal? Será que a pessoa que escolhi é certa? Ele vai me achar fácil? Será que meus pais vão descobrir? Será que devo contar? Será que vou gostar? Será que ela vai gostar? Meu corpo vai mudar? Será que vou brochar? E se não der conta? O que vão falar de mim? Ela vai perceber que sou virgem? Tais questões refletem conflitos de idéias e desejos. Ter dúvidas é normal e ficar apreensivo mais ainda.

Assim, a adolescente, por mais que busque informações, acaba encontrando uma sociedade hipócrita, preocupada em manter o adestramento resultante de normas passadas, e que por isto mesmo são desrespeitadas, uma vez que não fazem mais parte da sociedade hodierna. Assim, ela sabe muito sobre o que fazer. Muitas vezes, aprendeu com as amigas que, por sua vez, sabem tanto quanto as outras.


Podemos somar a tudo isso, ainda, a hipocrisia da nossa sociedade (aqui é bom lembrar que a sociedade é formada por pais e educadores) que fecha os olhos para tal questão. É mais conveniente que assim seja. Todos sabem que somos seres sexuados. Resta saber se os pais querem fazer parte dessa esfera da vida de seus filhos (esfera saudável e natural, diga-se de passagem) ou se preferem continuar reproduzindo a falsidade e criando seres humanos disfuncionais. Aos educadores resta procurar por informação (o que, percebe-se, ainda é muito difícil encontrar, mesmo em faculdades, lugar do saber) e perceber o seu próprio limite, para poderem passar com segurança, e verdade, o que for perguntado, além de poderem calar quando se sentirem coagidos. 

Ao irem para a cama com o namorado, as meninas levam junto inúmeras questões, além dos hormônios da idade. Muitas vezes, até sabem o que fazer para não engravidar - isso quando não pensam que na 1ª vez não se tem o risco de engravidar - mas não dá muito tempo de pensar nisso. São várias sensações novas que estão sendo descobertas num misto de prazer e agonia. 

Com esse quadro, muitas vezes, a primeira vez é uma 'rapidinha', seja enquanto os pais saíram ou na escada do prédio, na casa daquele primo cujos pais trabalham fora... Dá para se pensar em camisinha? Dá pra descobrir os prazeres de tal encontro? Além disso, menores não entram em motel, não tem direito à privacidade. E, além disso, se pudessem entrar, será que teriam dinheiro? 

Muitas das primeiras experiências são frustrantes, pois além de toda a expectativa em torno do episódio e o medo de ser descoberto, muitas vezes o adolescente não conhece seu próprio corpo e, muito menos, o corpo do parceiro. (acho que esta parte deveria ficar perto daquela parte que fala sobre o conhecimento do corpo....) 

Convém ensaiar, experimentar, partilhar angústias e ansiedades. E pensar que o que é novo e diferente não tem de ser ruim. Pode até não ser exatamente como foi sonhado, mas à medida que a intimidade cresce, pode-se sempre procurar novas emoções. 

Muitos são os adolescentes que têm medo de sentir dor na primeira relação sexual. Na realidade, ela não implica em dor. Os mitos sobre o rompimento do hímen ou da penetração acabam confundindo tal momento. Impulsividade, falta de confiança, medo, ansiedade e o fato de não se sentir preparada para tal momento faz com que a mulher não lubrifique, e os músculos fiquem rígidos. Assim, ficar relaxada é muito importante. Mas quando o casal se sente preparado para uma relação sexual, quando a ocasião é certa e dispõem de tempo só para os dois, basta deixar crescer o desejo, relaxar e curtir o momento com muita calma. 

Estrear na vida sexual é uma escolha individual, e tal decisão deve ser baseada em maturidade. Esse é um momento especial, que por isto mesmo precisa do seu tempo e espaço, sem receio ou pressa. Fazer amor é repartir emoções, sensações, é confiar, amar e desejar. 

Passos importantes: 

· Conversar sobre sentimentos e desejos 

· Informa-se sobre os métodos contraceptivos e as doenças sexualmente transmissíveis; 

· decidir em conjunto quais os métodos usar; 

· Procurar orientação profissional, para obter instruções importantes a fim de que a vida sexual corra sempre bem. 

E sempre lembrar: 

· Respeito próprio é um dos sinais de maturidade pra você seguir em frente. 

· O código de ética médica obriga que os médicos guardem segredo sobre tudo aquilo que é sabido no exercício de sua profissão.

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