quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como conseguir paz que é o que mais almejo?

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O equilíbrio interno, traduzido em uma sensação de paz e quietude é o desejo de todos nós, já que, pela natureza, tendemos a esse estado. Quando observamos uma vaca pastando no campo, um gato caminhando lentamente, formigas trabalhando ou outros animais, chegamos a invejar-lhes a forma prazerosa de fazer suas coisas. Qual é a diferença? É que os animais não PENSAM, não comprometeram suas vidas com o sucesso e não vivem em função da expectativa das pessoas.
A grande dificuldade de viver em paz é que vivemos em um sistema social que não valoriza a tranqüilidade. O homem de sucesso é um homem de ação. Nos tempos modernos, a famosa frase de Descartes: “Penso, logo existo” cedeu lugar a uma outra, pior ainda, “Ajo, logo existo”. Em uma sociedade competitiva, cujo valor básico está na acumulação, aprendemos a ver o mundo apenas sob a ótica da quantidade. Somos obcecados pela quantidade. Quanto você ganha? Quantos filhos têm? Quanto tempo de casados? Quanto…Quanto…Quanto…Fazer muitas coisas é sinal de pessoa dinâmica, trabalhadora, dedicada e responsável. As mulheres, hoje, têm reclamado do acúmulo de tarefas sob sua responsabilidade. Avançaram no mercado de trabalho e continuaram com as tarefas domésticas, centro de seu papel anterior.
Com a globalização e a altíssima mobilidade social, os homens reclamam das viagens constantes nos negócios. Há alguns anos atrás, realizei uma pesquisa entre executivos, perguntando-lhes como seria a vida deles, se soubessem com certeza que iriam morrer dentro de 1 ano, mantidas as atuais circunstâncias. O resultado foi surpreendente. A grande maioria iria dedicar-se à família, iria encontrar-se mais com os amigos, iria se divertir mais, teria maior vivência religiosa, enfim, iria curtir mais a vida e não levá-la tão a sério.
Atrás de toda pessoa agitada, ansiosa existe um auto-esquecimento. Emaranhados em uma teia infinita de obrigações para com os outros nos esquecemos de nossas devoções, nossos desejos e nossas necessidades. A vida vale não pela quantidade de anos em que vivemos, mas pela qualidade de como vivemos. É impossível sair da roda diabólica da pressa se continuarmos a supervalorizar o sucesso social e a acreditar que amar é atender às expectativas de outrem, seja marido, esposa, filhos, patrão, etc. Somos seres limitados e se não aprendermos a dizer “não” seremos sempre uma agenda cheia de compromissos para os outros.
Constantemente recebo recados de pessoas que querem falar comigo “com urgência”. O engraçado é que a urgência é sempre delas, nunca minha. O medo de desagradar, o delírio onipotente de dar conta de tudo, o medo de deixar a peteca cair, o mito da mulher e do homem forte nos fazem escravos do tempo que era para ser o nosso melhor aliado. É verdade que vivemos na era da ansiedade. A complexidade de nossos papéis nos exigem muitas ações, priorizá-las é o caminho. Adotar um ritmo lento no fazer nossas milhares de coisas é o segredo. E dedicar tempo a nós mesmos. Achar tempo de brincar é uma forma de se economizar na vida. Para isso temos de arrancar de nosso inconsciente um nocivo e terrível principio vinculado em nós, pela sociedade americana de que: “Tempo é dinheiro”.
Tempo é vida, tempo é amor, tempo somos nós existindo. Bem disse Guimarães Rosa: “Deus é a paciência e o diabo é a pressa.”

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