quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Por que as pessoas mentem?

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Algumas assim o fazem por um sentimento de inferioridade. Querem se engrandecer diante das outras e dizem coisas fora da realidade a respeito de si próprias. É o caso, por exemplo, de quem fala de grandes posses, carros, casas, quando de fato não é verdade. Falam mais daquilo que gostariam de ser, mais do seu desejo.
Nesse sentido as pessoas mentem a respeito da própria idade, das realizações, da própria profissão, do lugar onde moram, da sua importância social, etc. Essa mentira prejudica mais ao que mente do que à outra pessoa, porque essa conduta reforça uma auto-estima baixa, uma falta de aceitação das próprias condições, impedindo o próprio crescimento. Aceitar as limitações humanas, seja em que área que for, é à base do nosso desenvolvimento. Ao invés, nesse caso, de batalhamos para alcançar nossos desejos, nos acomodamos e gastamos energia para preservar a nossa imagem diante dos outros. Atrasamos nossa caminhada e falamos para as outras que já chegamos lá. Outras pessoas mentem por medo. Medo de serem controlados, medo de perderem a própria liberdade, medo de serem criticadas ou hostilizadas. Quando isso ocorre, com freqüência, em um relacionamento, significa que o clima da relação é opressivo.
Quando um relacionamento respeita as diferenças e os desejos de cada um, ou seja, quando a individualidade é preservada, mesmo vivendo em comum, não há necessidades dessas mentiras. É o caso, por exemplo, do marido que após o trabalho sai com os amigos para um barzinho e tem medo de contar a verdade para a esposa porque ela não vai aceitar o seu direito de sair com os amigos. Essa mentira é fruto do ambiente de ciúme e de controle no relacionamento. É claro que essa mentira não vai resolver o verdadeiro problema do relacionamento que é a incapacidade de equilibrar a vida em comum com o fortalecimento do indivíduo.
As mentiras, nesse caso, vão apenas protelar a resolução do verdadeiro problema e mais cedo ou mais tarde o problema irá se agravar. O clima de insegurança e de ciúme aumentará e vão eclodir em atitudes de brigas, hostilidades e indiferenças. O grande desafio da relação amorosa, em um casamento, pó exemplo, é ter uma vida em comum fortalecida, com presença, objetivos em comum, diálogo, divertimentos, e preservar, ao mesmo tempo, espaço para o crescimento e liberdade de cada um.
Vivemos em uma sociedade altamente competitiva e por isso devemos distinguir os vários níveis de relacionamentos para ajustar nosso grau de transparência em cada um deles. Temos, desde relações formais até relações íntimas. As relações sociais, incluindo o trabalho, são de natureza diferente das relações de amor e de amizade. Nas relações íntimas, quanto mais você for você mesmo, maior a possibilidade da construção de uma vivência folgada, espontânea, único campo capaz de fazer florescer o amor e a alegria.
O que todos nós procuramos na intimidade é o relaxamento. É um espaço onde depomos as armas, não precisamos nos defender e onde somos aceitos tal qual nós somos e não pela imagem que o outro vai ter de nós. A relação social é periférica. A relação íntima é profunda. A maioria dos casamentos fracassa porque levamos para a vida a dois e posteriormente com os filhos, às leis que rejem as relações sociais, onde há muitos jogos, muitas disputas e muita simulação.
As leis do amor são bem diferentes, primam pela verdade, bondade, cooperação e respeito. É importante, por outro lado, em qualquer relacionamento, fazer uma diferença entre “falar a verdade” e “ser verdadeiro”. Ser verdadeiro significa que temos de levar em conta a situação e as conseqüências das nossas verdades. Muitas pessoas, em nome de sempre falarem a verdade, maltratam aos outros, criam situações destrutivas nos relacionamentos. Ao falarmos a verdade temos de considerar o que isto significará para a outra pessoa, ou seja, a verdade ter de se situar na realidade. Quando, onde, com quem e de que maneira falarei minha verdade. Sem afeto, a verdade pode destruir o outro. A leitora acima deve diagnosticar as causas das mentiras do marido e em um diálogo franco, repactuar com ele uma forma de melhorar o relacionamento como um todo. A mentira não é causa de nada. É conseqüência. Procurar as causas e atacá-las é a saída.

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