Um cliente veio até mim, para fazer uma pesquisa não somente de preço, mas também de praticidade: mudar o seu tratamento de insulina - que é feito através de seringas que o posto de saúde fornece - para canetas aplicadoras. Que são dispositivos muito mais modernos, confortáveis, de fácil manuseio e práticos... que o posto de saúde, juntamente com a insulina em embalagem 'compacta', até onde eu sei não fornece!
Disposta em atendê-lo, expliquei tudo direitinho para fazer a 'mudança' no tratamento e lhe passei os valores em reais que ele teria que gastar todo mês, em troca do conforto e praticidade do 'novo tratamento'.
Verifiquei com atenção a prescrição médica em uma das minhas mãos, e a insulina que ele trouxe na outra mão. Até o momento, minha preocupação era com o simples fato de o tipo de insulina (a marca que ele passaria a comprar na farmácia) se encaixaria ou não na caneta aplicadora que eu lhe tinha passado o valor.
Como farmacêuticos, a gente tem obrigação de olhar muito além da situação que está embaixo do nosso nariz...
Então não sei se por instinto ou costume, verifiquei a insulina mais uma vez... algo estava estranho!
Conversando com ele... e através de algumas perguntas, descobri que a insulina que ele estava utilizando não era a mesma que ele deveria estar!
Segundo seu relato, a insulina de ação rápida estava suspensa pelo medico (mesmo constando na receita médica) e que ele deveria utilizar apenas a insulina de ação lenta.
Ele tava fazendo o contrário!
Utilizando a insulina suspensa (a de ação rápida) e pior ainda, conforme a posologia da insulina de ação lenta!(Só que numa dose menor, que ele próprio julgou ser suficiente!)
Não sei os motivos da suspensão de uma das insulinas para aquele paciente (diabetes é uma doença complexa). Nem muito menos, o porque dela continuar na prescrição mesmo após a sua suspensão.
Como se não bastasse, após eu explicar tudo direitinho, o que ele teria que fazer a partir dali, incluindo a volta ao médico para regularizar a situação, esclarecer a receita, descobri também que ele estava fazendo a conservação da insulina em casa de forma totalmente incorreta!
Não é todo mundo que sabe, que as insulinas após abertas ou em uso, ficam fora da geladeira e insulinas ainda lacradas (quando acaba de comprar na farmácia ou não tomou ainda a primeira dose) ficamobrigatoriamente dentro da geladeira.Basta olhar na bula.
Novamente ele tava fazendo o contrário!
Deixava a insulina nova fora da geladeira, e quando tomava a primeira dose, colocava na geladeira...assim sucessivamente durante todo o tempo que faz tratamento com insulina. Conversando com ele, descobri que faz isso ha 5 anos! Desde quando começou o tratamento da doença.
Segundo ele, o médico sempre perguntava se ele tava tomando os medicamentos prescritos corretamente. Ele respondia que sim. Mas com o nível de glicemia sempre alta, o médico então, aumentava a sua dose de insulina a cada consulta!
Fiquei muito triste com a situação. Tava tão bagunçado o que ele tentava me dizer sobre seu tratamento, que não sei com quem eu ficava mais indignada: Com o posto de saúde, por não se preocupar com o paciente, como por exemplo qual insulina ele tava utilizando, se estava utilizando, a forma como ele tava utilizando ou fazendo a conservação da mesma.
Com o médico, por não se preocupar em averiguar o porque o nível de glicemia do seu paciente nunca baixava, mesmo aumentando a dose da insulina e incluindo outros medicamentos....ou por não fornecer uma nova receita a partir do momento que suspendeu uma das insulinas...
Ou com o próprio paciente, por tratar a sua saúde com tão pouco caso. A ponto de não se preocupar em saber se tava tomando o medicamento certo ou conservando de maneira correta.
Escrevi num papel como ele deveria conservar as suas insulinas a partir de hoje, e pedi que retornasse ao médico com urgência e esclarecesse e regularizasse a sua situação de saúde.
Tomara que finalmente ele consiga controlar a sua glicemia. :)
Me senti grata a Deus por me proporcionar esta situação e poder ajudar o cliente de certa forma.
Por isso senti vontade de compartilhar aqui e aproveitar para dizer:
Observe o medicamento que você toma. Converse com o seu médico pra saber se aquele é o medicamento mais apropriado para o seu problema de saúde. Verifique se o medicamento que você comprou é o mesmo medicamento que consta na receita médica.
Observe a forma como o seu medicamento deve ser conservado.
Pegue o hábito de ler bulas.
Além de tudo isso, quando sentir vontade ou achar que deve, converse também com um farmacêutico.
Estamos aqui para isso...♥
Disposta em atendê-lo, expliquei tudo direitinho para fazer a 'mudança' no tratamento e lhe passei os valores em reais que ele teria que gastar todo mês, em troca do conforto e praticidade do 'novo tratamento'.
Verifiquei com atenção a prescrição médica em uma das minhas mãos, e a insulina que ele trouxe na outra mão. Até o momento, minha preocupação era com o simples fato de o tipo de insulina (a marca que ele passaria a comprar na farmácia) se encaixaria ou não na caneta aplicadora que eu lhe tinha passado o valor.
Como farmacêuticos, a gente tem obrigação de olhar muito além da situação que está embaixo do nosso nariz...
Então não sei se por instinto ou costume, verifiquei a insulina mais uma vez... algo estava estranho!
Conversando com ele... e através de algumas perguntas, descobri que a insulina que ele estava utilizando não era a mesma que ele deveria estar!
Segundo seu relato, a insulina de ação rápida estava suspensa pelo medico (mesmo constando na receita médica) e que ele deveria utilizar apenas a insulina de ação lenta.
Ele tava fazendo o contrário!
Utilizando a insulina suspensa (a de ação rápida) e pior ainda, conforme a posologia da insulina de ação lenta!(Só que numa dose menor, que ele próprio julgou ser suficiente!)
Não sei os motivos da suspensão de uma das insulinas para aquele paciente (diabetes é uma doença complexa). Nem muito menos, o porque dela continuar na prescrição mesmo após a sua suspensão.
Como se não bastasse, após eu explicar tudo direitinho, o que ele teria que fazer a partir dali, incluindo a volta ao médico para regularizar a situação, esclarecer a receita, descobri também que ele estava fazendo a conservação da insulina em casa de forma totalmente incorreta!
Não é todo mundo que sabe, que as insulinas após abertas ou em uso, ficam fora da geladeira e insulinas ainda lacradas (quando acaba de comprar na farmácia ou não tomou ainda a primeira dose) ficamobrigatoriamente dentro da geladeira.
Novamente ele tava fazendo o contrário!
Deixava a insulina nova fora da geladeira, e quando tomava a primeira dose, colocava na geladeira...assim sucessivamente durante todo o tempo que faz tratamento com insulina. Conversando com ele, descobri que faz isso ha 5 anos! Desde quando começou o tratamento da doença.
Segundo ele, o médico sempre perguntava se ele tava tomando os medicamentos prescritos corretamente. Ele respondia que sim. Mas com o nível de glicemia sempre alta, o médico então, aumentava a sua dose de insulina a cada consulta!
Fiquei muito triste com a situação. Tava tão bagunçado o que ele tentava me dizer sobre seu tratamento, que não sei com quem eu ficava mais indignada: Com o posto de saúde, por não se preocupar com o paciente, como por exemplo qual insulina ele tava utilizando, se estava utilizando, a forma como ele tava utilizando ou fazendo a conservação da mesma.
Com o médico, por não se preocupar em averiguar o porque o nível de glicemia do seu paciente nunca baixava, mesmo aumentando a dose da insulina e incluindo outros medicamentos....ou por não fornecer uma nova receita a partir do momento que suspendeu uma das insulinas...
Ou com o próprio paciente, por tratar a sua saúde com tão pouco caso. A ponto de não se preocupar em saber se tava tomando o medicamento certo ou conservando de maneira correta.
Escrevi num papel como ele deveria conservar as suas insulinas a partir de hoje, e pedi que retornasse ao médico com urgência e esclarecesse e regularizasse a sua situação de saúde.
Tomara que finalmente ele consiga controlar a sua glicemia. :)
Me senti grata a Deus por me proporcionar esta situação e poder ajudar o cliente de certa forma.
Por isso senti vontade de compartilhar aqui e aproveitar para dizer:
Observe o medicamento que você toma. Converse com o seu médico pra saber se aquele é o medicamento mais apropriado para o seu problema de saúde. Verifique se o medicamento que você comprou é o mesmo medicamento que consta na receita médica.
Observe a forma como o seu medicamento deve ser conservado.
Pegue o hábito de ler bulas.
Além de tudo isso, quando sentir vontade ou achar que deve, converse também com um farmacêutico.
Estamos aqui para isso...♥
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