quinta-feira, 21 de agosto de 2014

“Ficada troféu” – quando a conquista acontece só para impressionar os outros

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No universo dos relacionamentos, a autoafirmação também é um fator que rodeia nossas atitudes. O que o outro vai achar da “manchete” sobre meu novo affair? O que eu posso ganhar com a popularidade de alguém? Como o status social de fulano vai me trazer alguma vantagem? Maria chuteira, Maria isso ou Maria aquilo. Não! Não pense que isso acontece apenas com as mulheres, os homens também gostam do estrelato, principalmente quando ficam com uma mulher que tem aceitação estética unânime na turma. Assim como as mulheres, ele provavelmente vai querer dividir seu “êxito” com os amigos. Se houver algum pacto de descrição, ainda mais se for sexo casual, aquela noite provavelmente não ficara entre você e o seu parceiro. Contar pro amigo(a) faz parte do jogo da ostentação sexual – é a famosa “ficada troféu”.
A formação do capital erótico em alguém fica mais clara quando pegamos o exemplo de um rapaz que nunca fez sucesso com as mulheres e de repente, acaba se dando bem com uma, em determinado ambiente. Ele descobre que possui, por exemplo, uma voz atraente e aprende a fazer uso dela, e consegue fazer disso um componente de sedução, e depois da primeira investida bem sucedida, pega mais confiança, vai atraindo mais pretendentes, e criando uma publicidade em cima do próprio “acúmulo”, e consequentemente magnetizando mais e mais interesse, e ganhando uma fama que desperta uma espécie de “vontade de comprar” em torno de sua figura. É como se a própria pessoa estivesse na moda: ela fica em evidência, gera especulação, criando assim um capital erótico a seu favor, ganhando então certo prestigio dentro dos seus universos vivenciais.
O universo masculino é cheio de supostas obrigatoriedades no sentido de provações entre homens, e isso inclui ficar com uma mulher para cumprir créditos entre os amigos mesmo sem estar realmente com vontade. Não raro, o homem que é virgem, “possui” uma ficante de mentira no interior. Reparem que homens considerados bonitos dentro do senso comum, geralmente são rodeados de amigos porque ostentam um capital erótico atrativo entre as mulheres, criando um círculo de amizades que querem usufruir mesmo que perifericamente do seu estrelato, inclusive aproveitando “as sobras”. Claro que isso não é restrito a parte de relacionamentos, jogar bem futebol, ou ter mais ou menos pelos no saco durante a puberdade são fatores de afirmação que contam muito no cumprimento de “créditos masculinos”.
Existem também aquelas pessoas que sabem de suas famas estéticas, que são tidas como bonitas quase em consenso e usam de tal vantagem para alimentarem o próprio narcisismo. No cinema americano eles são os reis e rainhas dos bailes de formatura, os “mais populares do colégio”. Quem nunca percebeu aquele tipo que interage com seus pretendentes, dão esperanças, fazem joguinhos, mas não se envolvem com nenhum. Comportam-se como objetos raros, admirados através de uma vitrine artificial em que quanto mais gente admirando, mais o ego se satisfaz, valorizam-se a ponto de fazerem da própria figura um instrumento de contemplação proposital. E nesse jogo de seduzir sem querer levar, deixam pelo caminho centenas de apaixonados, sofredores, e admiradores platônicos.
Um terapeuta me disse certa vez que uma forma eficiente de se aproximar de alguém que parece não corresponder ao seu interesse é exercer um cerco pelas beiradas, atingindo a rede de amigos da pessoa. Você se aproxima de gente próxima a ela, gera uma boa impressão, joga um charme “despretensioso” e torce para que isso consequentemente vire assunto entre essas pessoas e o alvo a ser conquistado. Nesse caso você seduz outros indivíduos para criar comentários positivos que despertem a atenção, e quebre o desinteresse dessa pessoa por você.
Pode soar superficial pensar que no mundo das relações exista a ‘ficada troféu” ou outros tipos de objetificação que podem gerar sucateamentos e reforçar “ismos” mas sim, o capital erótico é um instrumento hábil em diversos setores de vida, inclusive no profissional, e não se constrói apenas pela beleza plástica, mas por capacidade de interação, simpatia, e até jeito de se vestir. E você como se comporta dentro da publicidade do mundo da sedução?

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