sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Se estresse menos e viva mais!

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Depois de um dia para lá de puxado, com muito trabalho, excessivas cobranças e um trânsito para lá de cansativo, chegamos em casa exaustos e tudo o que precisamos é de uma boa janta, um banho revigorante e uma cama deliciosa para nos deitarmos e deleitarmos o sono dos justos. E então, estaremos renovados para um novo dia que nos aguarda.
Diferente do que o senso comum insiste em se referir, este contexto não caracteriza o ESTRESSE e sim uma situação de cansaço que poderá ser suprida com uma boa noite de descanso. A palavra Estresse define uma reação fisiológica predominante no funcionamento humano, produzindo uma série de mediadores químicos, que desde os primórdios, nos permite reagir com enfrentamento ou fuga, mediante a uma situação de ameaça.
Na era primitiva diante de um ataque de uma fera, nosso organismo reagia produzindo adrenalina o suficiente para agirmos com astúcia e rapidez, raciocinando uma saída para a situação/crise eminente.  Assim, contornada a situação, tínhamos a refeição do dia, e de quebra a nossa vida garantida. Nada mal ser estressado, não?
Toda essa mobilização corporal e vivência situacional, gera o chamado Pós-Estresse, momento esse, que logo após a experiência desafiadora, uma sensação de estafa, como mãos trêmulas e moleza corporal são muito comuns. Compreensível, se entendermos que enquanto reagimos ao desafio, nosso corpo se movimenta e se modifica com muita intensidade, aumentando a pressão arterial, acelerando os batimentos cardíacos, desviando circuitos sanguíneos, alterando aparelho digestivo e respiratório, além de enrijecimento da musculatura.
Para os dias atuais, podemos entender o estresse como um bom e importante estímulo frente a tantos desafios que temos que enfrentar, seja no universo profissional, pessoal e/ou social. O problema é quando sobrecarregamos esse funcionamento e toda essa reação passa a ser constante e desmedida. Desregulando todo nosso organismo, com as constantes e necessárias atuações desse estímulo. Fator característico do homem e da mulher contemporânea, que vivem uma rotina de crônicas situações problemáticas que exigem saídas emergenciais, rápidas resoluções e excessivas cobranças imediatas.
Frente a pouquíssimas tréguas, vivemos em um mundo com indivíduos que lutam contra o tempo e na maioria das vezes, estão correndo e agindo, sem nem mesmo entenderem o porquê. Estarem em ação é o que importa, produzindo e fazendo acontecer. Múltiplas tarefas em um só dia, inúmeros afazeres ao mesmo tempo e a obrigação de dar conta de tudo e mais um pouco. Na maioria dos casos, tudo isso para que se consiga um bom saldo de renda, que possa cobrir seus gastos com a estrutura familiar e contas, muitas contas.
Como estamos entendendo, o estresse é uma defesa natural fisiológica para a nossa sobrevivência. Mas os episódios estressantes em demasia, podem gerar certos prejuízos ao nosso organismo. A repetição de situações que exijam de nós soluções imediatas, e intensas cobranças, tendem a sobrecarregar nosso corpo com a exaustão, frente a inviabilidade de suprimento de toda essa demanda.
Temos então, um reflexo corporal como consequência dessa sobrecarga. Como costumo dizer: “O que a mente não elabora, o corpo aflora”. Refletindo em sintomas somáticos como dores musculares, problemas arteriais, cardiopatias, alterações psíquicas como transtornos depressivos ou de ansiedade, reações alérgicas e outros problemas de pele.
Por isso é importantíssimo estarmos atentos  aos primeiros sinais do nosso corpo e emocional, como por exemplo: compulsão alimentar refletindo no aumento de peso, sono conturbado, alterações de humor, como intolerância ou irritabilidade, redução do apetite sexual, cansaço excessivo e apatia. Podem apontar o mal gerenciamento do estresse e a necessidade de revisarmos como estamos administrando nossa vida e o que priorizamos nela.
Sempre teremos responsabilidades e ninguém aqui está dizendo que devemos fugir disso. Mas procure rever como vem conduzindo seu dia a dia, como enumera suas metas e objetivos. O que tem reservado de prazeroso para a preservação da sua qualidade de vida? Talvez você tenha se esquecido, mas atividades que lhe remetam prazer, nada tem de supérfluas, se forem importantes para a sensação de prazer. Quando nos sentimos bem, relaxamos e damos boas risadas, produzimos endorfina, hormônio este, responsável pela sensação maravilhosa e indescritível de felicidade e bem estar.
Quando conseguimos nos organizar quanto prioridades, necessidades e exigências. Lidamos com os conflitos e desafios diários com mais estrutura, ânimo e disposição. Pois estamos contrabalanceando com outras atividades pouco ou nada estressantes que funcionam como injeções de ânimo, nos tornando aptos para novos enfrentamentos e muito mais equilibrados.
Para que consigamos viver em harmonia com nosso funcionamento, precisamos ser menos exigentes consigo mesmos. Isso não implica em negligencias profissionais ou pessoais, mas sim na arte de “pegar mais leve”, procurar enxergar o lado bom da vida, encontrar formas mais saudáveis para otimizar o tempo ou mesmo remanejar uma situação. Para a redução dos níveis de adrenalina, favorecendo a produção de endorfina, vale a prática esportiva, atividades físicas sem foco em competição, dormir bem, e a adesão hobbies que os desvirtuem da rotina diária e lhes façam relaxar e se divertirem.
Enfim, o segredo está em nos empenharmos para transformarmos, se não toda, grande parte dessa fonte de estresse, em fonte de prazer. Gerenciando nossas atividades de forma mais ponderada e organizada. Priorizando sim nossa estrutura de vida, mas também nossa saúde e o que nos faz felizes.

Sobre Pamela Magalhães

Psicoterapeuta Clínica, sócia e membro da Clínica Psicológica M&C

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