quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobre Esclerose Múltipla

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Esclerose Múltipla  coloca o organismo em degeneração progressiva e, no longo prazo, pode impedir o portador de realizar as suas atividades normais pelo acúmulo de incapacidades
A autoimunidade da esclerose múltipla compromete principalmente a chamada bainha de mielina, que pode ser identificada como uma capa que envolve os nossos condutores nervosos (que levam impulsos do corpo ao cérebro e vice-versa) e que permite uma condução mais rápida e energética dos impulsos nervosos.
No caso da esclerose múltipla, o organismo cria anticorpos contra a bainha de mielina e passa a não reconhecê-la. Pelo comprometimento dessa capa isolante, os impulsos se dispersam e o indivíduo deixa de ter controle dos comandos do cérebro.
Para levantarmos um copo, por exemplo, o cérebro envia um comando que, por meio do sistema nervoso central, atinge o sistema nervoso periférico e chega à mão, realizando o movimento.
Para uma pessoa com esclerose múltipla, que não dispõe da proteção da bainha de mielina, esses estímulos serão dispersos antes mesmo de chegar à mão, impedindo a ação.




A esclerose múltipla acomete, na maioria das vezes, mulheres brancas e indivíduos jovens, que carregam um gene de suscetibilidade. Apesar desse gene, não é uma doença hereditária, manifestando-se sempre de forma isolada.


Diagnóstico e Tratamento

A dificuldade em determinar o diagnóstico de esclerose múltipla está no fato de que os pacientes nem sempre apresentam um quadro clínico característico.
“Geralmente, o primeiro sintoma é a perda de visão em um dos olhos. Depois vem sensação de formigamento nos membros e perda de movimento em um deles. É difícil diagnosticar, porque são sintomas que lembram os de um derrame”
Para um diagnóstico preciso, é necessário descartar a presença de várias outras doenças. “Para a suspeita de esclerose múltipla, os sintomas devem ter duração de mais de um dia, cabendo ao neurologista excluir a possibilidade de outras doenças”
Os sintomas de esclerose múltipla aparecem e desaparecem espontaneamente durante semanas. Muitas vezes, um surto pode demorar anos para acontecer novamente.
Entre os surtos, acontece o período de remissão, em que o indivíduo não apresenta sintoma algum da doença. “É a forma mais habitual em 90% dos acasos”
“É fundamental lembrar que a esclerose múltipla é sempre ativa e que, quanto mais sintomas a pessoa tiver, mais chances de sequelas ela também terá. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, menos chances terá de ficar incapacitada. E se for diagnosticada até o segundo surto, pode melhorar bastante a qualidade de vida do paciente”
Na maioria das vezes, apesar da perda de controle de movimentos, a capacidade de raciocínio do indivíduo com esclerose múltipla se mantém intacta. Já foram diagnosticados casos em crianças, mas são raros.
Na situação de surto, o paciente é tratado com corticoides para diminuir a inflamação. Normalmente, são prescritos medicamentos imuno-moduladores para o controle do sistema imunológico. Estes são distribuídos pelo Governo e estão na lista dos chamados medicamentos de alto custo. Para os pacientes que apresentam sequelas, o mais indicado é o tratamento com reabilitação multidisciplinar.
Para os pacientes gravemente comprometidos, os cuidadores são fundamentais e devem acompanhar de perto o tratamento e o trabalho de reabilitação.
O tratamento medicamentoso da Esclerose Múltipla vem evoluindo nos últimos anos, desde o advento das drogas chamadas modificadoras da doença – DMDs – imunomoduladores: betainterferonas e o acetato de glatirâmer. Porém, tais medicamentos têm eficácia parcial no controle dos surtos, de novas lesões encefálicas e medulares, e na progressão das incapacidades neurológicas ao longo do tempo.
Recentemente, novos medicamentos específicos vêm sendo aprovados pelas agências reguladoras e utilizados para o controle da doença, com eficácia muito superior aos imunomoduladores “tradicionais”. Entretanto, tais medicamentos requerem rigorosa monitorização devido ao perfil imunossupressor e riscos inerentes. São medicamentos de uso ambulatorial, sendo alguns de uso intravenoso, outros subcutâneos e poucos de uso por via oral.
Mesmo os procedimentos considerados “antigos” para o tratamento dos surtos clínicos, corticoesteróides, envolvem riscos e necessitam de monitorização, com a vantagem de poderem ser utilizados em regime ambulatorial, promovendo a deshospitalização dos pacientes.


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