quinta-feira, 8 de setembro de 2011

NOVOS ESTUDOS SOBRE O ORGASMO

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O corpo humano é mais farto em mecanismos de prazer do que se pensava. Agora está provado que até mulheres paraplégicas podem chegar ao clímax.
Quem acreditou na corrente que afirmava ser o clitóris o único responsável pelo orgasmo na mulher precisa rever suas posições. A sexóloga americana Shere Hite contribuiu fortemente para a descoberta do prazer pelas mulheres com o relatório Hite, nos anos 70, em que transformava a relação exclusiva entre clitóris e orgasmo quase num dogma. A ciência do orgasmo vem evoluindo e já mostrou que a visão de Hite era limitada. Estímulos no ponto G, no colo do útero e nos lãbios da vulva também podem gerar orgasmos. Agora, descobriu-se o mecanismo que permite que até mesmo pessoas paraplégicas tenham prazer sexual.
De acordo com relatório de Winnifred Cutler citado no livro The Science of Orgasm (A Ciência do Orgasmo), lançado nos Estados Unidos, numa amostra de 128 mulheres, 94% relataram que a estimulação do clitóris as elevava ao orgasmo, 63% afirmaram que a vagina também era responsável pelo prazer e 35% apontaram o colo do útero como o local do clímax. O neuropsicólogo Barry Komisaruk, um dos autores do livro, afirma que o orgasmo é diferente conforme a parte do corpo estimulada. É que uma combinação de estímulos ocasiona orgasmos mais intensos. A explicação neurológica é que a enervação não é a mesma para todo o órgão sexual. O clitóris está ligado a apenas um dos quatro conjuntos de nervos envolvidos: o pudendo. O colo do útero tem três nervos a seu favor" pélvico, hipogástrico e vago.
O nervo vago é o grande achado de Komisaruk. Já se sabia da existência do nervo, mas acreditava-se que ele passava por dentro da coluna vertebral e terminava no intestino. "O nervo vago se estende por fora da medula saindo diretamente do cérebro, desce pelo pescoço, passa pelas cavidades torácica e abdominal e chega até a região pélvica", afirma Komisaruk. A primeira evidência de que havia enervações do vago no colo do útero e talvez na vagina foi publicada em 1990, com base num estudo com ratos.
Komisaruk iniciou depois um experimento para medir as reações de prazer em mulheres paraplégicas sem nenhuma sensibilidade tátil abaixo da cintura ou, em alguns casos, a partir do tórax. O cérebro dessas mulheres foi mapeado em laboratório com um aparelho de ressonância magnética, enquanto elas se estimulavam com um objeto introduzido na vagina até atingir o colo do útero. Elas tiveram todas as reações típicas do orgasmo, mesmo com menor sensibilidade aos estímulos - bastou usar mais pressão nos estímulos que nas mulheres sem lesão. A comparação das reações durante o orgasmo revelou total semelhança nos dois casos. Por algum tempo, outros pesquisadores acreditaram que as reações orgásticas relatadas por mulheres paraplégicas fossem um tipo de "sensação fantasma", um reflexo no órgão insensível, como acontece em pessoas amputadas. Mas os estudos da equipe de Komisaruk provaram que eram orgasmo de verdade. "O nervo vago não é danificado quando há lesão da coluna, porque não é parte da mudula. Ele ainda funciona", afirma.
Alguns homens e mulheres com lesão na coluna observados em estudos anteriores tiveram orgasmos sem precisar de toques genitais. Uma carícia caprichada no embro ou no pescoço em alguns casos bastava. Provavelmente devido a uma hipersensibilidade na área da lesão, segundo os autores, essas pessoas sentiam dor ou prazer com facilidade. Existem ainda relatos de pessoas que atingem o orgasmo sem contato físico, usando apenas a imaginação.
Nos estudos de Komisaruk, orgasmos induzidos pela estimulação do clitóris foram descritos como localizados mais perto da região genital, enquanto os provocados por estímulos na vagina ou no colo do útero foram consideradosdos mais "profundos". Orgasmos "mistos" foram atribuídos a uma estimulação combinada de todas essas áreas. O autor afirma não existir garantia de orgasmo, qualquer que seja o tipo de toque. Mas diz que a penetração profunda associada a carícias distribuídas pelas áreas sensíveis da mulheres, incluindo sem dúvida o clitóris, e eventualmente o ânus, costuma provocar reações mais fortes.
Qual seria então o problema de 20" ou mais das mulheres sem nenhuma lesão que nunca tiveram esse prazer? Para a sexóloga Beverly Whipple, também autora de The Sciense of Orgasm e de outros livros sobre a sexualidade, a dificuldade é principalmente cultural. "conversei com mulheres de 95 países. Elas têm valores diferentes com relação à sexualidade, conforme o lugar onde viem", afirma Beverly. "Mas em todos os lugares, as mulheres querem informação sobre seu corpo e sobre como ter prazer sexual. Na Índia, elas são mais abertas e fazem perguntas muito específicas sobre sexo, mas só quando estão apenas entre mulheres." A sexóloga acredita que as meninas deveriam receber desde cedo, na escola, informações sobre o prazer sensual e sexual, não apenas sobre a mecânica do ato sexual. Um dos motivos é a saúde. A ciência tem demonstrado que orgasmos regulares reduzem o risco de morte, de ataque cardíaco e a ocorrência de câncer. A satisfação dos casais já seria motivo suficiente.

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