segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mulher deve ou não deve pagar a conta?

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Olha, não sei. Eu gostava da era da gentileza. Gostava dos tempos calmos de vovô. Achava bonito mesmo aquela certa formalidade do primeiro encontro, quando a gente sonhava por dentro em ficar todo nu, mas por fora era um verdadeiro baile de formatura, todo roupinhas, modinhas e respeitinhos.





Hoje, não. Hoje a coisa tá meio russa. A coisa tá meio aguerrida. A coisa tá meio apressada. Hoje tem essa corrida pra ver quem abre primeiro a porta do carro. Acho chata a mulher-Cazuza, aquela que tudo exagera (lembra da mulher-Cazuza? ). Acho chata a briga pra ver quem é mais independente, quem é menos oprimido. E ainda tem isso aí de mundo moderno, de novo homem, de nova mulher, de o moço ser a nova moça, de a moça ser o novo moço…
Isso tudo confundiu. E esgarçou a roupinha do romance.
Portanto, meninas, lã e agulha na mão, e vamos tricotar uma bonita etiqueta nesse pulôver cheio de amor!
A VIDA COMO ELA ERA
Ó, deixa o homem pagar a conta do primeiro encontro se ele oferecer! Deixa sim! Sem grilo, sem paranoia. Todo garoto nasce equipado com choro, sede de leite, fralda, fraque e bigode. Sim, somos pequenos, minúsculos senhores. A gente curte, se a grana permitir, fazer um agrado. Por trás de cada lente de contato masculina, há uma secreta vontade de vestir um pincenê. De ser cavaleiro e cavalheiro. E o homem que se vê no espelho, vê um Tio Patinhas, com polaina, safadinho e sem cueca, mas com menos dinheirinho…
O problema todo é que nesta nova era  em que você e eu agora vivemos, muito rapaz anda suando o dedinho no iPhone, mastigando a suprema dúvida: ela vai se ofender se eu ligar e convidar? Se eu oferecer o cartão ao garçom? Ela vai me achar babaca, antiquado, molenga se eu entregar os reais à bilheteira do cinema? E seu eu abrir a porta do carro, ela vai me chutar? Essa coletânea de interrogações é o que chamo de Bruna Surfistinhização do mundo.
A BRUNA SURFISTINHIZAÇÃO DO MUNDO
Eu não sei se com vocês as coisas andam assim, mas tenho a impressão de que as pessoas andam armadas. Há uma bazuca fumegante na alma de cada cidadão amoroso. Todo mundo tão preocupado em fazer o certo, em ser mais certo que o certo, em ser meio irreal, não-humano, que uma das consequências é: na fase da conquista, da paquera, tem cara por aí que é o puro terror diante de uma dama. Ele simplesmente não sabe mais o que fazer. Ser ogro, ser moderno? Ser romântico, ser safado?
Alguns moços simplesmente passaram a rabiscar no próprio coração o temor de que pagar qualquer coisa pode ofender, pode dar a impressão de serviços quitados… Entende?
MULHER PODE PAGAR A CONTA?
Mulher deve! Se quiser, se precisar. Não importa. Vamos que o sujeito tá sem grana. E você, mulher, quer saber se assumir os gastos vai ou não vai machucar os brios barbados dele. O que eu digo? Eu digo que tem mesmo muito moço rumando de volta às cavernas. Homem também precisa sair desse pedestal de osso e bravata. O macho que já se deixou levar por um passeio criado por uma mente feminina sabe a alegria que é. Vocês são ótimas.
UMA CONCLUSÃO: QUEM PAGA?
É simples. Se eu convido, se eu escolho tudo, se é aquela noite em que chamo a responsabilidade, a curadoria da sensualização, eu pago! Pago sim! E sem crise! Me deixa pagar!
Se eu quero propor um passeio daqueles, especial, puro vinho e rosa, me deixa pagar!
Se ele quer dar de presente uma viagem ao chalé com lareira e morangos? Paga, homem! Paga!
Agora, acho que uma vez ou outra só. Ou apenas no primeiro encontro. Depois, chega! Depois, moças, ofereçam a abertura, a chance de vocês dividirem a dolorida! Sim, sim! Homens começam a sentir um cheiro de gasolina, de pneu, de chuteira e de Maria em mulher que abusa do cheque especial alheio.
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E aí? Confere? Você acha que homem deve pagar a conta no primeiro encontro? Te ofende? 






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