sexta-feira, 20 de abril de 2012

A luta e o preconceito contra gays no Brasil

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“Sucesso.” Foi assim que Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) definiu em uma palavra a 1ª Marcha Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, que aconteceu  em Brasília. O presidente comemora o apoio para a execução do Plano Nacional LGBT, em que 14 dos 18 ministérios solicitaram audiência na ocasião. Com cerca de 3 mil pessoas, os organizadores enfatizaram a conquista do objetivo da marcha, de reivindicação. “Teve um caráter político, de mobilização social e cobrança, um pouco diferente da característica das paradas, e os jovens, maioria no evento, entenderam isso”, comenta o coordenador da Marcha e presidente do grupo de movimento gay Elos, de Brasília, Evaldo Amorim.
Um em cada quatro brasileiros é homofóbico. Os dados são da pesquisa nacional “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil. Intolerância e respeito às diferenças sexuais nos espaços público e privado” realizada pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com Rosa Luxemburg Stiftung. Em matéria publicada no jornal O Globo, o coordenador da pesquisa, o sociólogo da USP Gustavo Venturi diz que as pessoas não têm constrangimento em assumir o preconceito contra LGBT. O motivo seria uma ausência de crítica da sociedade em relação a esse comportamento.
Na marcha contra a homofobia que aconteceu nesta semana em Brasília, os organizadores chamaram atenção para o número de homossexuais que morreram no último ano, vítimas de preconceito. Foram 189 cruzes brancas em frente ao Congresso Nacional. Os participantes também foram convidados a usarem roupas pretas, para simbolizar o luto.
Conscientização
Eugênio Ibiatino dos Santos, organizador da passeata LGBT de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro – que acontece todos os anos – atenta para a realidade de violência cometida contra homossexuais. “A maioria dos crimes não é noticiada.” Para que a população comece a se conscientizar dos maus-tratos e preconceitos, Santos sugere que o trabalho seja feito desde a educação nas escolas. “A questão da homossexualidade deve estar nas aulas de educação sexual e a homofobia deve ser esclarecida desde então.”
Santos também comemora a conquista durante os anos. “Antes éramos vítimas, não tínhamos condições de ter Políticas Públicas. Mas muita coisa deve melhorar.” Ele conta que a criação de uma delegacia, na Baixada Fluminense, para os casos LGBT já foi votada e aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), mas a delegacia ainda não foi construída.
Brasil, um país preconceituoso?
Para Sérgio Carrara, sociólogo e coordenador geral do Centro Latino-Americano em sexualidade e direitos humanos (Clam), a sociedade brasileira não pode ser considerada preconceituosa. “Não podemos pensar o país como uma personalidade e uma cultura homogênea.” Carrara explica que é preciso entender em que espaços e classes sociais existe maior aceitação e respeito pela diferença e em que espaços a postura machista predomina.
“Podemos pensar em uma espécie de homofobia estrutural que está no espaço institucional. Por exemplo, quando temos uma lei de casamento civil que só se realiza entre um homem e uma mulher. Temos homofobias que estão estruturadas nas instituições, e propostas do Estado, do Executivo, que alteram esse quadro, mas ainda é um processo lento e desigual”, comenta o sociólogo.
*Sérgio Carrara é Coordenador Geral da pesquisa em andamento “Política, Direitos, Violência e Homossexualidade”, que visa levantar dados sobre vitimização e discriminação de homossexuais na América Latina.



Caro leitor, na sua opinião:
A discriminação contra gays no Brasil está diminuindo?
Você considera que movimentos como a Parada Gay e a Marcha contra o homofobia ajudem a diminuir o preconceito?
Quais atitudes devem ser tomadas para a conscientização da sociedade?



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