quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Qual o valor da relação afetiva para uma boa qualidade de vida?

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O maior segredo para a felicidade é compreender e aceitar algumas coisas da vida. A primeira delas é a compreensão da transitoriedade da existência, e é da realidade humana a transformação, a mudança, a passagem e a impermanência. Os grandes problemas das pessoas estão relacionados a isso: o envelhecimento, a doença, as separações, as perdas e a morte. Lidamos mal com esses fenômenos porque nos deram um profundo desejo por segurança, estabilidade e permanência, daí nossa resistência às mudanças e nosso apego às coisas e pessoas. Sofremos pelo fato de o mundo ser de uma forma da qual não gostamos, e ao invés de aprendermos no decorrer da vida, a gerenciar melhor os inevitáveis fatos negativos, gastamos uma quantidade enorme de energia para controlá-los.
A depressão é um exemplo típico de quem se entristeceu profundamente pela vida der como ela é. A vida é para ser vivida e não para ser mantida. O casamento, a família, o trabalho e as relações são para serem usufruídos e não para serem conservados. A auto-estima é a base para a felicidade, a auto-aversão é origem de muito sofrimento.
Quando nos aceitamos, há uma grande chance de transformação e de crescimento pessoal. Quanto ao prazer, temos duas possibilidades de orientação: ou somos orientados para a felicidade e o prazer ou para o controle e o poder. A felicidade é uma disponibilidade para a vida e, portanto, para a alegria, o prazer e a plenitude. Não podemos, no entanto, confundir essa predisposição com a necessidade compulsiva para o prazer imediato, tanto o meu prazer quanto a realidade fazem parte da vida e às vezes temos de abrir mão dele ou adiá-lo em vista das conseqüências. Quando estamos disponíveis para a vida, somos abertos ao prazer e às dores necessárias. O pesar, a tristeza, a raiva diante de uma morte, por exemplo, são necessárias para resolução interna da perda, e a Flávia pergunta ainda sobre o valor das relações afetivas na nossa qualidade de vida.
O homem é um ser relacional, tudo na vida humana está inserido em relacionamentos. Sem as relações nós nem saberíamos quem somos, e falar que alguém é feliz, é o mesmo que dizer que ele tem bom relacionamento consigo mesmo, com as pessoas e com as coisas. As relações ligadas à família e à amizade são também fundamentais para nosso equilíbrio psicológico e, portanto, na qualidade de nossa vida. Todas as outras relações, embora importante, são secundárias frente a essas. A relação de trabalho se destaca por fornecer meios que viabilizam as outras relações e por permitir a expressão do nosso potencial e pela quantidade de tempo que dedicamos a ela. A relação social, pública é periférica. A sociedade inverteu tudo, colocando as relações sociais e do trabalho em primeiro lugar e as relações familiares, amorosas para depois. Isso, porém, não significa que as pessoas só serão felizes se estiverem casadas ou namorando. Confundimos freqüentemente o amor com as molduras sociais do amor e o que nos faz felizes é nossa capacidade de amar e sua expressão e não, como nos ensinaram, possuirmos ou sermos possuídos por alguém. Com o tempo, serei feliz?
A felicidade, assim como a sabedoria, não é uma questão de tempo. Conheço pessoas idosas que não sabem viver bem e pessoas jovens que o sabem. O importante é a compreensão da vida. Temos de nos dedicar a este caminho e nos perguntarmos continuamente: o que podemos fazer para melhorarmos nossa qualidade de vida. Temos de expandir nossas procuras: terapias, leituras, atividades corporais, caminhos religiosos, tudo que possa nos ajudar nessa busca. Devemos aprender a felicidade, pois a sociedade nos ensinou a infelicidade. O sucesso pessoal (não o sucesso social e profissional) é possível a todo mundo, e é nossa obrigação conquistá-lo, independente de posição social, do peso, da beleza, da altura, da origem familiar, da saúde, do fato de estar com alguém, ser feliz é estar em conexão consigo mesmo, se sentir inteiro e, sobretudo, amar.



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