quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sexo pornô x sexo normal: o que preferem os homens?

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Meninas, foi ontem mesmo. Ouvi, participei e agora comento uma conversa. Uma conversa masculina. Uma conversa masculina surpreendente, surreal, fantasia em forma de sedução com um tiquinho assim de horror e medo.
Um amigo contou o seguinte sobre a seguinte noite:
“Dois amigos meus, um casal, eles têm uma amiga. Linda, gostosa até dizer chega. Tinha visto uma vez só, e nunca esqueci daquela bunda, daqueles peitos. E o sorriso? O sorriso, nossa senhora, o sorriso é aquele sorriso que quando ela solta pra você, ela tá rindo não é pra você, mas pro mundo – e pra família brasileira, pra vocês, pros animais, pro mundo, e pra mim. Um negócio, um negócio…”
Um negócio maravilhoso. Ele continua:
“Esses meus amigos me chamaram pra sair. Saímos. A tal amiga, ela pintou com um grupo um pouco depois. Ficou todo mundo ali reunido. Conversinha de bar. No fim, fui sentindo aquela manipulação dos lugares e das conversas, sabe? Sabe quando você que você não sabe, mas no fundo sabe que a menina ali foi instruída sobre você, que ela sabe que tou solteiro, procurando, fase de esbornia, alegria, e sempre naquela esperancinha de romance. Percebi que meu casal amigo havia estimulado nessa garota uns bons elogios sobre mim. Era um encontro às cegas e à surda – o surdo, no caso, eu, que não sabia de nada. Mas percebi e embarquei. A garota, eu já disse e vou dizer de novo: crocância pura. Crocância pura. Deusa!”
Ouvi com uma bolinha de queijo suspensa no ar, menina. Porque imaginei o que viria. Mas o que imaginei, não foi o que veio. O que veio foi isto:
“Acaba o jantar, João, e eu solto uma isca marotíssima: pergunto onde ela mora. Ela diz onde ela mora. É longe pra dedéu da minha casa, mas eu digo que é caminho, molezinha, e que levo a moça lá. Olha, e já no caminho até o carro a gente se pegou. E aí que o negócio desmoronou…”
Pensei em bafo, pensei em beijo ruim, pensei em dor de barriguinha, pensei em assalto… Pensei em qualquer coisa, mas não pensei nisto:
“João, era um beijo maluco. Sabe quando ela passa a língua entre o lábio superior e o dente? Tipo a linguinha fazendo um limpador de vidro na minha gengiva? Até aí, belezinha. A gente leva. Mas era um beijo muito louco, muito cheio de tesão, muito cheio de ousadia, mas era tesão até demais, era ousadia além a conta. Mas enfim, ficamos lá na travessa conversa do amor… Sabe, aquele que é só mãos e gemidos, a gente se sentindo, preparando o terreno pra cama. Mas aí ela começou a falar no meu ouvido. E o que ela falou, eu não consigo repetir”.
Mas como não consegue!?, o bar todo, ouvindo a conversa, meninas, gritou com o nosso narrador. Exigimos detalhes, exigimos a história completa. Mas o rapaz não conseguiu. Só conseguiu isto:
“Ó, eu sei que vai parecer frescura. Que a gente pede tanto safadeza, tanta atitude, mas quando chega, a gente se acanha. E vocês sabem que eu não me acanho. Mas, sei lá, foi estranho. Ela disse que ia fazer e acontecer na cama. Que queria me levar ali mesmo pra cama dela. E que ia… ia… ia… ah, que ia fazer isso, e aquilo, e aquilo outro e um aquilo que eu nem sabia que dava pra fazer… E sabe, foi aí que percebi… Ela era, ao vivo, o que uma moça de filme pornô é no filme pornô… E foi aí que senti o nó da realidade: o pornô eu quero na vídeo. Na cama feita de lençóis e realidade, eu quero outra coisa: quero realidade…”
O HORROR, O TERROR
Ah, meninas. E aí me veio a epifania. Veio um silêncio geral entre nós, os amigos que ouviam o acontecido. Na verdade, o não acontecido:
“Cara, eu inventei que tinha de acordar cedo, reunião, trabalho e tal, e que era só uma caroninha mesmo. E que ia pra minha casa dormir. Ela ficou puta. Putíssima. Fez um cara de horror sublime, como se me dissesse, com as sobrancelhas rebaixadas e tortas, a falta de sentido que era eu não ir com ela depois do que ela me prometeu. Porque vou te dizer: ela me prometeu loucuras… Loucuras. Coisas impensadas. Coisas de… de filme pornô… E poxa, não sei. Na hora aquilo que desaqueceu. E não sei por quê”.
Mas eu sei, meninas. O que aconteceu foi o seguinte. Primeiro, uma verdade: homens, sem exceção, gostam de um filme pornô. Uns muito mais, outros menos. Mas de algum jeito, seja uma cena sensual e quase sem nudez numa novela, até uma transa animalesca do estábulo, o sexo em vídeo é um amigo eterno do homem. Acontece que aquele sexo animalesco, forte, intenso, de ereções impossíveis, instantâneas, eternas, e de mulheres que gemem como se gozassem da primeira à última penetração, como se tudo fosse ápice; e aquelas posições que cansam só de ver, o homem que consegue carregar a moça com as mãos e fazer o vai e o vem só no muque por uma dezena de minutos; e a mulher que oferece qualquer posição sem pestanejar e que se, por um acaso tocar a campainha, e na porta estiver uma entregadora de pizza entregando uma pizza que ninguém pediu, a entregadora de pizza será tão safadinha que entregará a pizza e ficará lá, conosco, fazendo um ménage perfeito, inesperado, todo dedicado a mim e a beijinhos lésbicos que todo homem adora ver.
UM BATMAN COM TESÃO E MEDO
Meninas, na cabeça de um homem passa um infindo filme pornô. É como se ele visse ali um filme do Batman. É a mesmíssima coisa: ela imagina que seria possível bater num bandido daquele jeito, bastaria treinar. O problema é quando o Batman, a situação Batman, surge na vida real. E aí, as coisas naufragam.
Aí, o homem nega fogo, vai pra casa jogar um videogame, comer um biscoito, dormir. Se bobear, vai ligar o computador e antes de dormir, socar uma bananinha vendo o filme pornô que ele poderia estar vendo e fazendo ao vivo naquela mesmíssima hora.
Porque homens são complicados. Mulheres também. E a vida não faz sentido.
O ponto é: na vida real, o homem quer um sexo real. Ele não quer ser aquele homem de vara grossa e eternamente em riste. Ele quer descansar, quer transar uns vinte minutinhos, testar umas posições complicadas por uns vinte segundos, e gozar e fazer gozar, mas tudo na normalidade.
Meninas, ontem eu percebi que a vida é doida.


Sobre o autor:

  • J. ANTÔNIO

    Meu nome é J. Antonio e sou um amador. Jogador de futebol amador, jornalista amador e poeta amador. Frequento duas academias: a de Letras e a do bairro. Na última, convivo e suo ao lado de halteres e halterofilistas amadores. E ao lado de meninas, que brincam de fuzilar gordurinhas, todas lindinhas, molhadas e com calça fusô (minha leitora: é 'fusô' ou 'fuseau' o nome da calça? Eu tenho essa dúvida). Mas dizia que sou poeta e malhador. Aos fins de semana, gosto de correr e comer. Sou bruto e macho, mas sensível. Choro escondido – e ó, se um amigo me perguntar, eu nego. Eu nego! Mas sim. Quando a coisa aperta, quando a vergonha afrouxa, ou quando uma de vocês, mulheres, me machuca, eu choro. É assim desde que nasci. Há 30 anos.

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