Relato de uma leitora:
“Sempre leio, sempre escuto e sempre vejo essa conversa de que os homens são tarados, de que só pensam naquilo. Bem, acho que meu marido não pensa naquilo tanto assim. Ao menos, comigo ele não anda pensando mais…”
Julia prossegue. Conta que o esposo, um foguete russo nos áureos tempos dos primeiros anos de amor, hoje é uma guerra fria, um catavento no mormaço. Na cama, ele funciona às vezes, intermitente, longos períodos sem brisa, sem ação, sem desejo.
Julia está na seca. Julia está com sede.
“Estou, estou desesperada! Eu não sei o que aconteceu. Estou triste e estou preocupada. Por que ele não me procura mais? O que faço para atiçar o fogo dele?”
Meninas, o problema todo é que o tormento de Julia é o tormento de outras leitoras. Tenho recebido e-mails com conteúdo mais ou menos parecido. Mulheres querendo tacar um álcool e um zulu em pirulitos; querendo causar incêndios na Holanda de seus moços, moços que andam em petição de miséria sensual, homens que vivem um luto sob as cuecas.
O QUE FAZER?
Pra começo de conversa, entender. Esse frio polar no relacionamento acontece, meninas. Acontece. Com todos, com todas. Sem exceção. Se não aconteceu contigo, vai acontecer. E quando acontecer, não desespere. Faz parte. É da vida. Tem jeito e às vezes é até fundamental.
Moças, esse papo de que um homem é feito de ferro, de que, guardado por um zíper, o rapaz leva um mastro reluzente, um canhão fumegante, sempre alerta e cheio de balas, pronto para disparar bombas de amor, esse papo é mentira! É mentira! Homens, têm períodos de profunda depressão sensual.
Épocas em que eles se desligam.
Sabe quando você tem fome? Mas fome de uma comida que não existe? Sabe?
Um homem em conflito na zona do agrião é assim. Uma fome de algo que não há.
Entender e respeitar esse período de estiagem é o ponto inicial para retirá-lo de lá.
Esse resgate tem nome. Chama-se conversar. Tem que conversar. Não culpar. Não exigir. Nunca esqueçam, garotas, machos engordam dentro de si um profundo, um calórico defeito: a dificuldade para passar para a boca o vácuo que levam n’alma e na cuca.
Homens têm dificuldade para confessar.
Daí que, quando ele some, quando ele se afasta, pode ser um jeito de ele gritar com o churrinho o que não consegue dizer com a língua: “meu amor, temos um problema!” Ou então: “meu amor, estou com um problema”.
Porque é importante entender: nem sempre a culpa é sua. Ou dele. Às vezes, não é de ninguém. Acontece.
QUANDO ELE PARA DE TRANSAR, O QUE SIGNIFICA?
Se você nota um problema, uma falta de desejo, grandes problemas existem, tenha esta única certeza. Porque se não é verdade esse clichê de que a gente só pensa naquilo, também não é uma mentira. Eu diria que eles “quase” só pensam naquilo. E quando “aquilo” anda em falta, aperte o botão vermelho. Alerta máximo.
E ao contrário do que prega a reza feminina, nem sempre o fato de ele não te buscar para um chamego no lençol, quer dizer que ele está te traindo. Pode até ser. Mas menos do que vocês pensam.
Aliás, digo mais. Uma das coisas mais desconhecidas no universo feminino é o fato de que o homem que trai não só volta culpado, com mais frequência, aos seus braços, como volta com novos truques e mais vontade. A raça humana é estranha.
O QUE NÃO FAZER?
Moças, de todo jeito, há coisas gerais que deprimem as calças masculinas, que martelam a baguete masculina. Algumas dessas coisas:
1) Preguiça sexual: Calma que a culpa não é só de vocês, mas posso ser sincera? Homens reclamam muito, mas muitíssimo, da leseira feminina na cama. Claro, há mulheres e mulheres. Existem muitos vulcões, dessas que trancam eles com as delícias das coxas. Mas muitas outras, e talvez sejam a maioria, costumam a acomodar o desejo com o tempo. Na aurora do relacionamento, são um Etna, um Vesúvio. Mas terminam a lua de mel em Vatnajokull, a grande geleira da Islândia.
Claro, não precisa ser uma taradinha toda vez. Tem quinta-feira que é dose. Você está cansada. Teve reunião. Mas na sexta, desconta. Veste na alma aquela calcinha transparente. Vai com tudo.
O ponto, meninas, é não entrar no modo automático. Mulher que não curte mudar de posição, que para de fazer barulho, de gemer, de falar… Mulher que quase dorme no sexo, essa mulher mata e deprime o pinto.
2) Rotina: Como disse aí em cima, não precisa ser todo dia nem sempre no máximo da paixão, mas também não pode sumir, evaporar. Mulher que foge do sexo exageradamente, que está sempre com dor de cabeça, tem que mudar. Mastigue aí uma aspirina e faça o seguinte: abra o jogo e conte o motivo da pasmaceira (eu sei que há um milhão deles, pode ser físico, pode ser mental, pode ser astral, pode ser afetivo) ou corra seríssimos riscos de assassinar o atacante do seu marido.
3) Iniciativa: tá bom, a completude dos machos sabe que vocês adoram o cara com pegada, que tem atitude, blá e blá. A novidade? Homens também gostam de mulheres assim. Tudo bem, eles não reclamam de ter na mão a chave do carro do amor, de ligar a lancha do romance. Eles não reclamam de ter a incumbência da iniciativa, mas não pode ser sempre. Mulher que surpreende o homem, que abre a camisa dele, que atira o sujeito na cama, que surge peladinha no quarto depois do banho, essa mulher, papai, essa mulher é maravilha que todo homem deseja!
Meninas, entendam. Nosso o pinto deles nasce com fumos heroicos. Com vontade de voar. Pro alto e avante. Mas sob o ataque da rotina, sob a criptonita do desinteresse da parceira, ele deixa de sonhar. Deixa de ser Super-Homem. Veste óculos, amarra a gravata, bate o ponto como Clark Kent, jornalista.
É assim que morre o Homem de Aço, garotas.
Não com uma explosão.
Mas na falta de um gemido.
O Wando morreu.
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