quinta-feira, 29 de março de 2012

O CÉREBRO ELETRÔNICO

/ /


Quando o computador foi inventado, em 1946 – aliáseu também fui inventado em 46 - , pesava 14 toneladas. Imagine otamanho. E não se chamava computador. O nome da engenhoca era “cérebro eletrônico”. Era um invento assustador. Ficava dentro de uma espécie de armazémtinha rolos de fitas imensos, fazia um barulho danado. Parecia um monstro.Mas os inventores foram logo acalmando as pessoas (a guerra havia acabado há um ano): “até o final do século, teremoscomputadores que pesarão apenas uma tonelada”.
Pois o século terminou e hoje ele pesa três quilinhos. E passou a se chamar “micro”. E continua emagrecendo. E, aocontrário do que previa o Gilberto Gil em 69, na música “Cérebro Eletrônico”, ele  falaNão  fala como às vezes duvida de você e – acintosamente – pergunta: “você tem certeza que quer fazer isso ou aquilo?”
Uns vinte anos depois pelos anos 60, na África do Sulum tal de doutor Barnard fez o primeiro transplante de coração. Tirou de um sujeito e colocou em outro. O cara não viveu muito temponãoMas a coisa foi evoluindo e hojequalquerclínica ali na esquina, tá fazendo transplante baratinho, baratinho. Transplantam tudo hoje em diaMenos a inteligência e aalma (se é que existe mesmo). A miss Brasil do ano passado tinha feito 19 operações plásticasAssimaté euminhasenhora. E agora começaram a transplantar com órgãos artificiais. “Matéria plásticaque coisa elásticaque coisa drástica”,como  reclamavam o Ari Toledo e o Carlinhos Lyra nos mesmo anos 60, numa música chamada Subdesenvolvido.
você deve estar perguntando: onde é que este cara quer chegar?
Quero chegar no chipQuesegundo o Houaiss, é uma “pequena lâmina miniaturizada (em geral de silício), usada naconstrução de transistoresdíodos ou outros semicondutorescapaz de realizar diversas funções mais ou menoscomplexas”.  Estão colocando chips dentro do nosso corpoOu seja, pedaços de computadoresnacos de cérebroseletrônicos.
Ou seja, talvez até o final deste século (ou menosmuito menos) a gente não vai mais precisar dos computadoresNósvamos ser um computador ambulante. Será que seremos todos brancos ou existirão ainda os negros, os amarelos e osvermelhos? Será que ainda vamos estar com mania de querermos ser computadores do primeiro mundo? Os americanosterão mais bits que os sul-americanos? O homem-computador do Iraque será desligado das tomadas e das pilhas? Abateria vai acabar ou seremos, finalmenteimortais?
Tudo isto me veio a cabeça ao ver a foto do presidente ( do PSDB) José Serra na capa da última Época. A impressão quesua expressão me passou é que o cérebro dele tá com algum chip americano. Está um homem frio, gelado. Parece nãoter mais almaaliTalvez isto explique o fato dele sair do ostracismo para ter como única meta na vida aporrinhar o Lula.Eu não consigo entenderTanto o partido dele quanto o do nosso presidente lutaram juntos (com mortesexílios e coisaspiores), antes mesmo de serem partidospara derrubar a ditadura. Será que não era o momento de se unirem agora paracriarmos um Brasil  nossoum Brasil com alma humanacom um olhar mais simpático?
Tira o chip que te colocaram na cabeçapresidente Serra. Pense com a almacom o coração. Seja brasileiro, vá jogarfutebol no domingo e fazer churrascoEsse negócio de cérebro eletrônico é coisa de americano. É coisa do Bush quealiás,nem cérebro tem. Ou do Clinton, que tinha um chip no pau. Os inimigos ainda são eles. E não nós. 

Crônica de Mario Prata

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As respostas no Blog não tem custo algum, mas devido a quantidade de perguntas você tem que esperar na fila em torno de 5 a 10 dias

Precisa de uma resposta urgente, marque uma consulta particular no

email dicasderelacionamento@hotmail.com

Se algum texto publicado por aqui for de sua autoria, nos envie o link para que possamos dar os créditos. Se não autoriza a publicação de seu texto por aqui nos comunique que retiramos.

A edição desse Blog se reserva ao direito de deletar, sem aviso ou consulta prévia, comentários com conteúdo ofensivo, palavras de baixo calão, spams ou, ainda, que não sejam relacionados ao tema proposto pelo post do blog ou notícia.

Volte sempre: Déia Fargnoli

Postagens relacionadas

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Siga meu Facebook