quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Você e seu marido brigam constantemente?

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O casamento encerra várias dimensões. A dimensão social e periférica, diz respeito às obrigações: criar filhos, ganhar dinheiro, sustentar a casa, desenvolver as tarefas domesticas. É a base material da instituição.
A dimensão emocional, amorosa e prazerosa se localiza no desenrolar das relações que ali acontecem. Muitas vezes essas dimensões não andam juntas, ocorrendo que o casamento se torna apenas um espaço material de sustentação financeira e pouco esforço é despedido na melhoria do relacionamento. A conseqüência é a deterioração da convivência que é marcada, então, pelas brigas, hostilidades e sofrimento.
O relato do casal acima ilustra esse modelo de desprezo pelo aprendizado psicológico das relações. A maioria das pessoas que se casam imagina que já sabe se relacionar.
Relacionar é verdade, todo mundo sabe. Relacionar-se bem é outra história. Qual é a base para uma relação? São os sentimentos que cada pessoa desenvolveu individualmente na sua vida.
Quando as pessoas que se relacionam são ansiosas, angustiadas, depressivas, por exemplo, tendem a relações negativas, violentas, ruins. Se, em contrapartida, são pessoas que desenvolveram sentimentos de afeto, de respeito, de paz e simpatia, as relações estabelecidas seguirão esses sentimentos.
Dessa forma, é muito importante para o êxito do casamento que o casal tenha bastante consciência das emoções que estão prevalecendo em cada um. Normalmente isso não ocorre. Os conflitos são vistos, em geral, como provocados pelos atos que cada um fez e não pelos sentimentos adoecidos dos participantes do palco conjugal. Não raras vezes, as brigas acontecem por fatos banais. Na verdade o que cada um faz é usado para extravasar sentimentos que já estavam presentes: raiva, mágoa e irritação.
Sem elaboração do mundo subjetivo de cada um, é impossível um casamento harmonioso e construtivo. A estrutura fundamental do casal acima é de competição. Por essa razão, durante as brigas eles se ofendem, abusam dos defeitos de cada um e se hostilizam. O sentimento que se localiza atrás desse comportamento é a inveja.
Os dois disputam para verem quem é superior ao outro e se colocam como inimigos e se tornam destrutivos. Não tem consciência disso, porém, e assim a relação se torna sem saída e cada dia pior.
Uma terapia conjugal poderia ajudá-los a localizar o verdadeiro problema e encontrar uma solução. Não existem casais perfeitos. A melhoria contínua, no entanto, da maneira como se relacionam é essencial para que o casamento seja um espaço de alegria, de crescimento e de cooperação. Em todo relacionamento haverá conflitos. Nem sempre o desejo de uma pessoa corresponde ao desejo do outro. Os interesses mútuos podem ser divergentes. Quando, porém, a relação é presidida por um sentimento amoroso, as pessoas estão emocionalmente do mesmo lado e procuram negociar uma forma que preserve a relação.
O grave é quando a competição coloca cada membro do casal em lados opostos e as discussões ou brigas não têm por finalidade resolver as questões, mas ao contrário provar superioridade de um sobre o outro. Daí as ofensas, as desqualificações e as hostilidades. Aí a relação realmente se desgasta, provoca outros sentimentos negativos e o sofrimento contínuo leva o casal a um desejo de separação. O casamento, que tem por objetivo estabelecer um clima onde cada um separadamente e o casal em conjunto possam expressar seu potencial amoroso, acaba-se tornando um lugar de tristeza, de dor e de desilusão.
O casamento é uma instituição essencialmente emocional e nesse campo é que está a saída para a felicidade a dois.

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