Resgatar o hábito de se reunir com amigas para conversar pode ser mais saudável e reconfortante do que se imagina

Vivo conversando com minha grande amiga Luciana Pereira sem pressa, num restaurante, no carro , na rua, só sobre as coisas boas da vida - rindo, saboreando um prato escolhido com carinho. Há  anos essa cena se repete toda semana. E definimos algumas regras: falamos mal dos outros- só não falamos mal da gente -, falamos sobre os maridos , filhos  e nunca, jamais, fazemos dieta no dia do encontro. Falamos sobre os problemas durante os encontros. Se alguém estiver enfrentando alguma dificuldade, estamos sempre ajudando uma a outra. O clima de descontração e alegria é sagrado.Depois dos encontros chegamos  em casa tão alegres e tão mais leves .

O prazer e o conforto emocional que sentimos com esse tipo de convivência vêm sendo redescobertos por muitas mulheres. Sair do universo às vezes sufocante da família e do trabalho e se dar a chance de conversar com as amigas como fazíamos na adolescência - sobre nossos medos, sonhos e desejos e, acima de tudo, rindo com vontade - é abrir uma porta, ou várias, dentro e fora da gente. E a solidariedade feminina, que já ajudou tantas mulheres no passado, pode ser uma aliada imensa nos dias de hoje. "Essa solidariedade foi ficando esquecida". "Em algum momento a gente se enganou, achando que não precisava mais dessa convivência com outras mulheres. Mas agora estamos recuperando essa possibilidade."

As mulheres de hoje descobrem a possibilidade de dividir fios e novelos para criar saídas para elas próprias. Umas rindo de si mesmas. Outras bordando as próprias histórias. Fios, sobremesas, taças de vinhos - e a certeza de que a vida fica muito mais fácil (e interessante) quando repartimos o que temos de melhor com quem fala a nossa língua.

Nunca deixe de encontrar com suas amigas.