quinta-feira, 17 de abril de 2014

Você já traiu? Pediria perdão?

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Meninas, o crepúsculo do amor foi à queima roupa, aos olhos da multidão, sob piadas gerais e com um silêncio resistente do traído (até o fechamento deste texto). Meninas, o crepúsculo do amor foi horrível, foi um escândalo. Meninas, meninas, foi mesmo tudo de ruim, foi uma tristeza, foi uó, foi um baque. Mas meninas, acima de tudo, o crepúsculo do amor foi um límpido sinal dos tempos: um homem enganado em público, uma mulher pedindo um perdão meio furreco e a dor alheia virando piada mundial.
Eu falo do vampirinho que, tadinho, além dos dois dentinhos, ganhou esta semana dois galhinhos na testa e…
… – e vamos parar com diminutivos, João!, grita aqui o amigo Id e umas leitoras, que o povo do andar de baixo anda sensível e quer, exige seriedade, estilo enxuto e mais conteúdo. O mundo faz piada, mas o mundo anda sério, olha que coisa!
Vamos, aliás, fazer mais! Muito mais! Vamos demolir os diminutivos em homenagem ao Robert Pattinson, vamos promover uma farra de aumentativos. Hoje, minhas meninonas, hoje eu serei grandioso, grandão, colossão. Hoje tacarei fogo e til em tudo.
Pão, caminhão, coração.
Mundo cão. Traição!
É! Sim, sim! Hoje eu falo de traição!

QUANDO A MULHER TRAI

Roberto, não está sendo fácil, não é, meu branco vampiro? E vocês viram tudo, não viram!? Ou preciso oferecer um refresco à memória? Ofereço, vai: a Kristen traiu. O amante era casado e tinha duas filhas. O amante era ainda chefe da Kristen, diretor de seu novo filme. Uma revista publicou a foto. A foto era de uma cheirada de cangote. Uma cheirada proibida. Tinha também uma beijoquinha… Digo, um beijocão!, bem no pescocinho da Kristen, que acusou o golpe, divulgou um bilhetinho… aliás, um bilhetão ao mundo, assumindo a galhardia, oferecendo desculpas, pedindo perdão…
E pronto: o Robbie Patt amanheceu com o bumbum, a testa, o coração e a alma pegando fogo. E nós aqui ficamos, na Terra e na expectativa de saber: o que dirá o moço do “Crespúsculo”. O Rob vai ou não vai perdoar?
PERDÃO OU NÃO PERDÃO?
Meninonas, meninões, ontem no bar não deu em outra coisa: foi uma hora completa com meus amigos comendo amendoim de punhado em punhado e assumindo um suspiro coletivo. Um suspiro resumido na fala de um deles:
- João, que dureza, hein João…
Verdade, meninas. Verdade. Dureza. Durezíssima. Antes era uma durezinha. Agora é uma durezona:
Fico pensando, João, se eu faria o que ela fez. Assumir em público! A regra básica ao ter um caso é ficar quietinho. Deixar esfriar. Um silêncio total e olímpico. Pô, tinha até olimpíada pra distrair o povo. O que deu nessa mulher, João? Acho que a verdade é que mulher não sabe trair. Não por sacanagem. Mulher só sabe trair por amor. Não tendo amor, a traição de sacanagem, elas fazem tudo errado. Passou maionese na camiseta essa, hein João…
Passou. Meninas, a Kristen tomou foi um banho de maionese. Mas meu amigo seguia a explicação:
Pô, e precisa mesmo divulgar uma notinha de desculpas? Resolve com o cara, quatro paredes, dê ao cara a chance de um xingamento e… e de um perdão! Pô, como ele vai perdoar agora, hein? Mas não. Ela me assume a presepada pro mundo todo ouvir! Não entendo. Não entendo! Pô, se é entre paredes, bola pra frente, juntos ou separados… Isso aí de escancarar, isso aí que ela fez, não se faz…
Não se faz. O problema, meninas, o problema é que o que ela fez, não se faz, mas ainda assim, muita gente faz.
Ali no bar, repassamos todos os clichês e o porto seguro das traições: o que diz que traída, a mulher se machuca imaginando o namorado apaixonado por outra. E o que diz que traído, o homem se machuca imaginando a namorada transando com outro. Que homem é capaz de futricar pelos menores motivos e a mulher, quando apronta, apronta para salvar o amor.
Sim, sim, falamos e repassamos isso tudo.

E por isso assusta tanto o que fez a Kristen. Os homens, garotas, teimam em acreditar que engrupir o parceiro é quase um privilégio masculino. Eles não aceitam que vocês sejam capazes. As grandes derrapadas, as derrapadas que marcaram a história, essas sempre foram especialidade da barba. Porque sim, a gente sabe que todo homem nasce equipado com esse tênis amoroso com sola de manteiga. Homem é quase irresistivelmente atraído pela sacanagem. E aí pinta essa Kristen, a angelical Kristen. E aí, tudo muda. A gente é lembrado da imensa verdade: vocês são capazes de aprontar! E com requintes de crueldade.
E foi assim, moças, foi assim que ontem, em noite de congraçamento e amendoim, meus amigos e eu percebemos que, sim, não dá pra negar. A mulher é o novo homem. Um homem capaz das trapalhadas mais humilhantes… Igualzinhas as nossas.
Abro um parênteses.

UM PARÊNTESES SE ABRE
(Meninas, sei que muitas dirão que este é um texto infantil, que não diz nada de novo, que é bobagem e que esse jeito de escrever é chato. Peço perdão, vocês sabem o que fazem. E sigo mesmo assim. Meu ponto aqui é mostrar algo que acho que tem passado batido:homens, não todos, mas muitos, realmente convivem com as maiores dificuldades em ver maldade em mulher. A gente é o sacana inocente. Acredita que maldade é só com a gente. E acha que traição feminina é Karenina, uma coisa épica, romanesca, embrulhada com os maiores e mais nobre sentimentos. Em resumo: mulher trai por amor, homem trai também por amor, mas é só às vezes, porque quase sempre é pra transar).
UM PARÊNTESES SE FECHA
Voltando à mesa de bar. Garotas, a Kristen foi pular a cerca e enroscou a saia no arame. Ó, coitada. Fez tudo errado. 350% lambança. E diante do fato e da lambança, nenhuma conclusão surgiu aos meus amigos. Até que veio a grande virada da noite. Ela surgiu na hora de pedir a conta. Assim:
Antes de se levantar, um colega pediu a palavra. O Pedrinho, meninas. Poxa, meninas, o Pedrinho! Ele parece aquele cara do 300 de Esparta. Barbão, voz grossa e canela dura. Homem com H atômico. Pois o Pedrinho levantou a mão e fez o seguinte e conclusivo monólogo sobre o caso do “Patterson”:
João, cara, sabe o que dói? O que dói é ver o massacre em cima do cara, do vampiro, o Patterson lá. Você percebeu que o Patterson, pô, ele não pode perdoar? Que ninguém vai aceitar um perdão sem botarem no Patterson um capacete cheio de chifre e vergonha? Que doido, cara! Que doido! Cacete, antes tudo era tão diferente. Aí vem essa menina do Crepúsculo, mete a galha na testa do namorado com um homem casado, tipo aventura no final do expediente, uma coisa tão nossa, tão sem compromisso, e tudo bem? João, cadê a mulher de antigamente, aquela que fazia tudo, até trair, mas a que traía com o coração? Sabe, eu me assusto de verdade. É que antigamente, a gente sabia – ou imaginava – que mulher casada tinha caso por carência ou por amor, nunca por aventurinha e sacanagem. Mas acho que tudo mudou. É isso mesmo? Tudo mudou? Mudou? Pergunta lá no teu blog, João. Pergunta! As mulheres tão traindo mesmo só de folia? Mas mais do que isso, e se a gente perdoar? Perdemos o respeito? Mulher respeita homem que perdoa traição?
Respeita, meninas?


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