domingo, 18 de maio de 2014

2 vilões dos relacionamentos

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Carência 

23AGO
Nascemos desprotegidos, vulneráveis, passivos e carentes. Dependendo de como essa vida foi levada à diante essa é a fórmula perfeita para um desastre a longo prazo.
Insaciável
Somos seres necessitados! Necessitamos de água, comida, sol, pessoas, amor, lazer, trabalho, sexo, crescimento e sentido de vida. Buscamos atender nossas necessidades a todo momento.
A maneira que atendemos as necessidades determina o modo como viveremos pela vida toda. Podemos cultivar uma mente insaciável, voraz e exigente em relação às vontades.
A fome é uma necessidade básica, isso não quer dizer que você deva atendê-la sem critério, direcionamento e parada. Para atendê-la você pode escolher um cardápio saudável, preparar sua comida, convidar alguém para compartilhar do alimento e se saciar com uma quantidade razoável.
Mas além da fome queremos matar a carência.
A origem
A carência é uma ilusão emocional que criamos na tentativa de compensar uma “falta” que tivemos ao longo da vida. Atribuimos essa falta aos pais. Lamentamos que eles não deram tudo aquilo que gostaríamos.
Para o insatisfeito sempre houve menos amor, atenção, tempo e incentivo do que gostaria. Carência emocional é essa reivindicação não atendida dos pais.
Se parasse por aí seria bom, o problema é que continuamos a exigir atenção exclusiva, intensa e constante de tudo o que transita ao nosso redor.
Bebemos agua do mar e quanto mais bebemos maior a sede.
Exigimos algo de outra ordem que nada tem a ver com o momento presente.
Escravidão
O carente é escravo de receber. Só receber.
A pessoa carente entra numa relação amorosa esperando receber do outro tudo aquilo que fantasia merecer. Sente-se no direito de ser recompensada por cada gesto, afago ou elogio que dá. Na realidade é uma falsa doadora, espera receber na mesma moeda e com juros.
A pessoa carente se mostra frágil e dependente de atenção e provoca a sensação de que por mais que receba nada basta ou é suficiente.
No relacionamento amoroso
Essa base de relação é a maior causa de desastres emocionais, pois a carência é mãe do ciúmes, da inveja, das exigências sem sentido, das brigas por atenção exclusiva, do tédio e do sentimento de insuficiência de uma relação.
Depois de um tempo de relacionamento nada que o outro faça é o suficiente, o nível de exigência vai aumentando e criando uma demanda insustentável. O carente exige mais e mais, votos de compromisso, lealdade, integridade, exclusividade e tentar manter a pessoa amada numa redoma de vidro.
O carente faz isso nos relacionamentos e na vida, pois nem percebe que sempre está tentando cativar a atenção dos outros.
Pessoas exibidas são carentes, os barraqueiros igualmente, os pegajosos já são conhecidos, mas as pessoas frias também (quanto maior a carência maior a proteção numa casca de autossuficiência).
Maneira que vê o mundo
A pessoa carente sempre tem um pensamento de escassez. Tudo pode acabar a qualquer momento, está sempre mesquinhando emoções. Grita em seus pensamentos que algo desastroso vai acontecer. Por isso pode se transformar em possessiva daqueles que agarram você de fato e aqueles que usam de artimanhas emocionais para manter você numa teia psicológica.
O que seria uma pessoa não carente?
Seria alguém que não responsabiliza alguém ou uma situação para abastecer suas necessidades. Ao inves de pedir ou receber algo ela possibilita experiências em conjunto. Sabe que a vida não acontece quando você recebe mas quando você possibilita um espaço em que algo produtivo aconteça. A pessoa não-carente proporciona um espaço como alguém que abre uma roda de dança para que cada um se manifeste livre, sem exigências, pressão ou formato definido.
A base da não-carência é a generosidade desprendida. Se quer deixar de ser carente ofereça algo de si para alguém livre dos resultados.


Apego


O apego nasce do desejo de que as coisas fiquem sobre nosso controle. É uma vontade de que tudo permaneça imóvel, como está, sem alterações ou movimentos imprevisíveis.
Origem
Há um processo natural de desmame que a criança vai lentamente se desapegando do corpo da mãe e criando a representação psíquica dela.
Depois a criança usa o paninho, o travesseiro e começa a se relacionar com o mundode forma ampla expandindo o símbolo da mãe.
No entanto, esse desmane pode não acontecer de forma tão saudável quanto gostaríamos, normalmente não é. No meio do caminho acontecem falhas mais graves, ações menos intensas, descuidos e acidentes.
A capacidade da criança de se desligar de algo com segurança fica abalada.Essa repercussão pode se arrastar por uma vida inteira.
O apego é inabilidade de deixar que o fluxo natural da vida aconteça.
Desafio
Faça um exercício: você seria capaz de partir agora mesmo e ir para um lugar absolutamente estranho?
Esse pequeno treino mental é o suficiente para você identificar no que é apegado.
A segurança que buscamos em nossas emoções direciona a qualidade da vida que levaremos. Quanto maior a sede por segurança, estabilidade e previsibilidade maior o nível de sofrimento.
Nos relacionamentos
Quando você se apega à pessoa que ama, na realidade está apegado ao conforto que a presença dela causa em você. Você está condicionado à sensação de constância e continuidade que a imagem da pessoa amada provoca. Quando ela muda algum comportamento habitual ou rompe a relação a grande ferida é naquele tecido sutil que compõe nosso psiquismo.
O desespero de um rompimento é por conta da quebra interna da segurança que investimos por muito tempo.
“Eu não vivo sem ele!”
Essa frase já revela um engano crucial. A pessoa já vivia sem ele, antes que o encontrasse, vai sobreviver depois. O que ela não vive é sem a sensação de aparente segurança e poder que o apego provoca.
Ela precisa ampliar o direcionamento de seus interesses para além da fixação que criou em torno de uma pessoa. É um processo que parece doloroso exatamente pelo vício emocional da pessoa apegada.
Na vida
O apego é a resistência à mudança e vida é movimento contínuo. O apego é uma postura psicológica que impede a vida de prosseguir. A pessoa apegada tenta interromper o fluxo natural dos acontecimentos tentando impedir que o tempo passe, as coisas se alterem e as pessoas mudem.
A pessoa apegada de tão possessiva nem percebe que ela própria está privada de liberdade.
O apego é a ansia por congelar a realidade, manter cada coisa como se fosse a mesma. Mas como paralisar pensamentos, sentimentos e pessoas para que não mude? Como deter a passagem do tempo incessantemente?
Mudança
O não-apego é um treino mental continuado. Algumas pessoas confundem desapego com não-envolvimento. Para se desapegar é necessário o envolvimento. No entanto, para evitar a sensação de colapso de seu sentimento de estabilidade a pessoa evita qualquer tipo de envolvimento. A frieza emocional não poupa ninguém, apenas adia o problema. A pessoa fria está apegada na imagem de desapego, é só uma outra forma de fixação mental.
 Exercício
Faça um exercício mental diário. Se desfaça de pequenas ideias que você acha que definem você. Questione suas caraterísticas mais singulares? Reflita sobre como seria ter uma outra realidade que não essa. Faça um treino para a morte, o desapego final! Pense na sua vida cabendo em apenas uma mala de viagem, o que colocaria ali?





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