domingo, 14 de abril de 2013

Não era amor, era cilada

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Quando desejamos muito, mas muito mesmo alguma coisa, é bastante provável que comecemos a enxergar coisas que nem sempre condizem perfeitamente com a realidade. Não que fiquemos loucos ou que percamos completamente o senso do real, mas podemos distorcer a realidade – sem que nos demos conta de que estamos fazendo isso –, deixando de perceber coisas que, para outras pessoas, podem estar óbvias. Isso pode ser especialmente verdadeiro quando nos referimos aos relacionamentos amorosos. Às vezes uma pessoa quer tanto ter um relacionamento que ela passa a ter percepções que não combinam com o que está à frente dela. Quando isso acontece, é fácil entrar em ciladas como, por exemplo, o envolvimento com alguém que deseja única e exclusivamente obter algum tipo de vantagem (seja financeira, de status ou outras). Vamos a alguns exemplos hipotéticos, pois eles sempre deixam as coisas mais claras.

Maria, uma moça que tem uma excelente condição financeira, está doida para encontrar um par com quem possa ter um namoro sério, com fidelidade e compromisso. Um belo dia, Maria encontra João. Eles saem, conversam, se entendem, se beijam... Maria fica encantada. João parece ser o homem de seus sonhos. Eles voltam a se falar, voltam a sair, e Maria fica cada vez mais envolvida. João parece ser realmente quem ela tanto procurava. As amigas de Maria, no entanto, enxergam tudo de maneira muito diferente. Para elas, parece evidente João não tem tanto interesse assim por Maria, nem quer compromisso sério com ela. João passa dias sem telefonar para Maria e sem retornar suas ligações. Quando estão juntos, ele não a trata bem como ela merece. Na visão das amigas de Maria, João é um oportunista, que quer estar com a moça somente por sua confortável situação financeira. Mas Maria não percebe isso. Ela tem tanta vontade de namorar que vê nele a mesma vontade. Maria vê, então, um João que não existe na realidade. O final da história parece evidente: Maria sofrerá uma imensa frustração ao perceber que as intenções de ambos são diferentes e incompatíveis.

A distorção das percepções sobre o outro pode se dar também em outras situações. Para dar outro exemplo, podemos mencionar Marcos, um homem que deseja muito encontrar uma moça com quem combine e com quem possa vir a ter uma relação amorosa. Há um mês Marcos começou a namorar Julia. Ele jura de pés juntos que Julia é a mulher da sua vida, com quem se casará e terá filhos. Seus amigos, no entanto, enxergam uma Julia diferente da que Marcos vê. Para eles, a moça só se aproximou de Marcos para mexer com os brios de Pedro, o ex-namorado que a deixou após um relacionamento de 5 anos. Os amigos, portanto, percebem uma Julia manipuladora, que está usando Marcos para atingir Pedro. Porém Marcos não se dá conta disso de maneira alguma. Assim como a história anterior, a de Marcos também não terá um final feliz.

Como fazer, então, para driblar essa “cegueira” que pode nos dominar em momentos tão importantes como a busca de um par? Como distinguir se o que estamos vendo é a realidade ou se estamos enxergando somente o que desejamos enxergar? Bem, em primeiro lugar, é preciso saber que nem sempre fazer essa distinção é uma tarefa fácil. A boa notícia, porém, é que o simples fato de estarmos atentos a isso já é uma grande ajuda.

Quando sabemos que estamos envolvidos demais em alguma situação e que, por isso, podemos não estar percebendo as coisas com clareza, tendemos a ficar atentos às “peças” que podemos pregar em nós mesmos. Assim sendo, sempre que você desejar muito conquistar algo ou alguém, minha sugestão é que mantenha sempre uma espécie de “pulga atrás da orelha”, ou seja, sempre uma “voz” perguntando se o que você está enxergando corresponde mesmo à realidade ou não. Fazer apenas isso já pode ser de grande valia, evitando que você entre em muitas "frias". Tente, portanto, ser um pouco mais crítico que o normal e você provavelmente será mais capaz de identificar as "frias" antes que elas se concretizem.

Nem sempre, porém, somos capazes de julgar se nossas percepções estão ou não corretas, afinal de contas estamos absolutamente envolvidos com nossas próprias experiências. Em caso de dúvidas, vale a pena recorrer àqueles amigos que você considera ser os mais próximos e confiáveis para questões íntimas. Se são realmente amigos, você tem todas as razões do mundo para levar a opinião deles em consideração, já que eles não têm qualquer motivo para implicar com ninguém gratuitamente. Assim sendo, se todos os seus amigos mais confiáveis consideram que um(a) pretendente não é exatamente o que você está pensando, dê ouvidos a eles. Isso não significa simplesmente desistir do relacionamento ou agir em desacordo com seus desejos. O importante é poder considerar “segundas opiniões” e questionar suas próprias percepções.

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